Deslocações mais rápidas e eficientes é cada vez mais uma prioridade para muitos trabalhadores

A procura por cidades mais verdes e por deslocações mais rápidas e eficientes é cada vez mais uma prioridade. Esta é a conclusão de um estudo da FREE NOW, em parceria com a Kantar, que visa compreender como o regresso ao escritório tem impactado a mobilidade nas cidades europeias e de que forma as empresas podem contribuir para soluções mais eficientes e sustentáveis.

De acordo com o estudo, o primeiro passo na mudança urbana com menos congestionamento vai passar pela substituição da propriedade de automóveis particulares para opções de mobilidade mais flexíveis, individuais e mais sustentáveis.

Principais conclusões:

  • As necessidades de mobilidade na sociedade estão a mudar rapidamente em toda a Europa após a pandemia.
  • O desejo de ter um automóvel próprio está a perder terreno, uma vez que, 57% dos portugueses abdicariam do seu automóvel da empresa e substituiriam esta opção por um Orçamento de Mobilidade.
  • 73% dos inquiridos considerariam atrativo se o seu empregador financiasse como alternativa o Orçamento de Mobilidade, colocando Portugal como o terceiro país da Europa com mais interesse em ter disponível esta opção, ficando apenas atrás da Itália e Roménia.
  • 53% dos portugueses admitiram que iriam mais frequentemente ao escritório se tivessem disponível um Orçamento de Mobilidade.

O estudo da FREE NOW revela, ainda, que “78% dos colaboradores exigem que as suas empresas reduzam ativamente as emissões e promovam alternativas de mobilidade mais ecológicas”. Ao mesmo tempo, apenas “um em cada quatro inquiridos diz que o seu empregador está atualmente interessado nas emissões causadas pela mobilidade dos seus colaboradores que se deslocam para o trabalho ou em viagens de negócios”.

Os benefícios globais de mobilidade são muito populares para os colaboradores e estão entre os “quatro principais benefícios das empresas mais desejados pelos inquiridos”, juntamente com o “subsídio de alimentação, a opção de teletrabalho e carro da empresa”. Além disso, “53% dos portugueses afirmaram que um Orçamento de Mobilidade os encorajaria a ir mais frequentemente ao escritório”. Apesar disso, “46% dos inquiridos acreditam que a tendência será para uma redução das viagens em contexto de trabalho”, aponta o estudo.

De acordo com a FREE NOW, este estudo permitiu perceber os aspetos mais inconvenientes da utilização de um carro particular para os portugueses, nomeadamente o “custo dos combustíveis (33%)”, o “tráfego congestionado (29%)”, seguido da “poluição (22%)” e da “falta de estacionamento (20%)”.

O estudo revelou ainda que as pessoas têm apresentado uma preocupação crescente sobre o impacto que as suas deslocações podem ter a nível ambiental, pelo que o Orçamento de Mobilidade reúne vários benefícios na perspetiva dos portugueses. Para os inquiridos lusos, “as grandes vantagens correspondem à redução da procura de estacionamento (55%), redução das emissões de CO2 (54%) e possibilidade de ofertas mais sustentáveis (49%)”. De facto, a “falta de oferta de estacionamento nos grandes centros urbanos tem sido uma das principais preocupações na gestão das cidades, levando cada vez mais pessoas a optarem por deixarem o seu carro particular em casa”, precisa a análise. Acresce que os portugueses ainda apontaram que o Orçamento de Mobilidade permitiria uma “redução da congestão do tráfego, dos custos de mobilidade e possibilidade de viagens mais flexíveis e de um modo de escolha mais livre”.

Para Bruno Borges, general manager da FREE NOW em Portugal, “o futuro da mobilidade está em constante mudança e é por isso que temos trabalhado para acompanhar estas tendências. Numa cidade de mobilidade puramente partilhada são necessários cerca de 90% menos veículos. Para muitas empresas, a mobilidade é parte integrante da sua estratégia de compensação e benefícios e tornar-se-á ainda mais importante na retenção de talentos”. No entender do responsável, “as empresas terão de modernizar os seus esquemas de benefícios empresariais nos próximos anos e integrar alternativas de mobilidade mais ecológicas, tais como o Orçamento de Mobilidade para os colaboradores. Esta transição acarreta muitos desafios e será uma alternativa mais flexível para as viagens pendulares”.