Dia Internacional da Mulher: Várias mulheres juntam-se em prol de cidades mais inclusivas

No âmbito do Dia Internacional da Mulher (8 de março), um conjunto de mulheres juntam-se para fazer oito reivindicações, por um ambiente urbano e de mobilidade mais propício ao uso da bicicleta e inclusivo.

A iniciativa é promovida pelas organizações MUBi (Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta), Bicicultura, Braga Ciclável, Ciclaveiro, CICLODA – Associação Oficina da Ciclomobilidade, Cimáximo, Faro a Pedalar, FEMINA, Lisboa e Porto Fancy Women Bike Ride, Mulheres na Arquitectura, Roda dos Ventos e ZERO (Associação Sistema Terrestre Sustentável) que se juntam e Lisboa, Porto e Aveiro para celebrar as mulheres que andam de bicicleta.

Segundo as organizadoras, qualquer pessoa poderá juntar-se aos passeios em bicicleta, nos quais será lido o Manifesto “Mulheres a pedalar: por uma cidade inclusiva”.

“Desenhar as nossas cidades para as necessidades das mulheres, é planear as cidades para todas as pessoas. Em termos de mobilidade, o número de mulheres ciclistas numa cidade é um indicador da sua ciclabilidade. Em Lisboa, por exemplo, as mulheres representam apenas 26% das pessoas que utilizam a bicicleta, pelo que fica evidenciada uma disparidade de género na utilização deste meio de transporte sustentável. Cabe-nos perceber as causas dessa diferença, e trabalhar através de medidas concretas. É o que este manifesto pretende, definir algumas medidas prioritárias para termos cidades mais inclusivas”, declara Inês Pascoal, dirigente da MUBi.

Neste dia, as mulheres que se associarem à iniciativa vão exigir à sociedade em geral, e aos decisores políticos em particular, a promoção de medidas para favorecer o uso da bicicleta pelas mulheres, como ferramenta de inclusão e de promoção da sua liberdade.

8 de Março | 8 reivindicações

  1. Queremos aumentar a nossa participação no processo de construção urbana, em particular no que toca ao urbanismo e à mobilidade, desde o planeamento, à decisão e execução.
  2. Exigimos segurança para circular de bicicleta, sozinhas ou em família, transportando ou acompanhando crianças, sem sermos expostas à violência rodoviária que se sente na generalidade dos centros urbanos.
  3. Queremos deixar de sentir os nossos percursos quotidianos condicionados pelo medo e experienciar a vida urbana nas nossas cidades sem sermos alvo de qualquer tipo de assédio, de violência física ou verbal.
  4. Reivindicamos uma infraestrutura ciclável confortável, segura e bem iluminada que facilite o nosso dia-a-dia e faça a ligação entre as várias funções urbanas que são para nós essenciais: casa, trabalho, comércio, saúde, educação e lazer, incluindo parqueamento seguro nestes locais.
  5. Reclamamos sistemas públicos de bicicletas partilhadas e de aluguer de longa duração, que permitam transportar também crianças, ou pessoas com mobilidade reduzida, de modo a que as famílias possam experimentar e utilizar este modo de mobilidade sustentável.
  6. Pretendemos uma cidade segura, que permita que as nossas crianças possam ir para a escola de forma autónoma, a pé ou de bicicleta, e bairros protegidos para que possam brincar sem necessidade de vigilância constante.
  7. Defendemos a promoção da aprendizagem para andar de bicicleta na idade adulta, capacitando mais mulheres para o uso regular e independente da bicicleta, mas também que seja parte do currículo escolar.
  8. Precisamos que sejam criadas campanhas que promovam a igualdade de género e a não discriminação, de âmbito nacional e local, orientando o discurso de forma a ser mais inclusivo e combatendo preconceitos e estereótipos relativamente ao uso da bicicleta.