Dia Mundial do Ambiente: as cinco áreas onde tem de atuar já!

Esta segunda-feira, 5 de junho, assinala-se o Dia Mundial do Ambiente, e para comemorar esta data, a associação ZERO identificou cinco áreas essenciais onde governos, empresas e cidadãos têm de ter papel ativo e responsabilidade.

A chamada de atenção vem em prol dos seguintes problemas:

  • O uso de recursos naturais mais do que triplicou desde 1970 e o usufruto dos mesmos e os seus benefícios são distribuídos de forma desigual entre países e regiões.
  • A metade mais pobre da população global possui apenas 2% da riqueza global total, enquanto os 10% mais ricos possuem 76% de toda a riqueza.
  • A metade mais pobre da população global contribuiu com 10% das emissões de gases com efeito de estufa que contribuem para o aquecimento global e consequentes alterações climáticas; os 10% mais ricos da população global emitiram mais da metade do total de emissões de carbono durante 1990–2015.

As cinco áreas onde precisa de atuar de imediato:

  •  Alterações climáticas e poluição do ar: as emissões no período 2021-2030 terão de baixar, em média, pelo menos 4% ao ano, ou seja, a um ritmo superior aos 2,8% de reduções verificadas entre 2020 e 2021. O setor dos transportes, principalmente resultado do transporte rodoviário, é o com maior peso nas emissões (28%) e teve um aumento de 7,3% entre 2020 e 2021. Devemos reduzir o uso do transporte rodoviário individual, usarmos mais os transportes públicos ou os modos suaves nas nossas deslocações quotidianas.
  • Água: Podemos começar por contribuir para um uso mais eficiente da água tomando banho apenas quando necessário e por períodos curtos. Um duche de 4 a 5 minutos é o ideal, tendo presente que a cada minuto um banho gasta cerca de 8 a 10 litros de água.
  • Uso de recursos e resíduos: atualmente, em média, cada um de nós produz 511 quilos/ano, o que equivale a 1,4 quilos/dia e tem uma taxa de circularidade dos materiais de cerca de 2,2%, ou seja, um recurso que entra na economia, dificilmente é reintegrado. Deve haver um forte enfoque na redução, reutilização, troca, compra em segunda mão, reparação e um olhar crítico sobre o que adquirimos.
  • Agricultura: o setor aumentou o seu peso relativo às emissões nacionais para mais de 12% do total em 2020 e com um aumento consistente de emissões de gases de efeito de estufa (GEE) desde 2016, segundo o último Inventário Nacional de Emissões, não cumprindo, assim, a meta de redução. A título individual, optar por produtos produzidos localmente, da época, produzidos através de práticas agroecológicas, evitar ao máximo o desperdício alimentar e, claro, privilegiar o consumo de proteína vegetal, são excelentes contributos para dar força a uma agricultura promotora da soberania alimentar.
  • Saúde e ambiente: os dados para Portugal indicam que cada português consome cerca de três vezes a proteína animal que é preconizado na roda dos alimentos, metade dos vegetais, um quarto das leguminosas e dois terços das frutas. A título de exemplo, a produção pecuária é um dos principais motores do aumento das emissões de gases com efeito de estufa no setor agrícola. Aproximar a nossa dieta à roda dos alimentos, reduzindo a presença de proteína animal na alimentação reduz, de forma significativa, o impacto ambiental associado à alimentação e o risco de várias doenças.