DS Smith quer fabricar papel a partir de palha e cereais

A DS Smith lançou um novo ensaio em colaboração com a startup de investigação ambiental Nafici para criar embalagens a partir de materiais de “segunda colheita”. A startup criou um processo para transformar os resíduos agrícolas em pasta para o fabrico de papel com propriedades de reforço.

Como parte do seu plano de I&D, ao qual foram alocados 100 milhões de libras, a empresa está a testar a forma como as fibras alternativas podem ser utilizadas como matéria-prima em produtos de papel e packaging. O programa analisa o potencial das fibras (a resistência, a reciclabilidade, as propriedades, a escalabilidade e o custo) e a capacidade de uma série de materiais para substituir o plástico, de modo a diversificar a gama de fontes utilizadas no packaging. Estas inovações dão resposta à crescente procura de produtos sustentáveis por parte dos clientes e consumidores e podem acelerar a adoção da economia circular. Até à data, já foram analisadas várias fibras, como a erva, o miscanthus, a palha, o sorgo e, mais recentemente, as algas.

A DS Smith está a utilizar o seu centro de investigação e inovação “R8” de última geração em Kent, no Reino Unido, para explorar a forma como a celulose, criada pela Nafici a partir de produtos anteriormente não desejados, pode ser utilizada para fabricar produtos de packaging sustentáveis. A empresa responde assim à procura de quem pretende adotar uma abordagem mais circular nas suas cadeias de fornecimento. De acordo com a equipa de I&D, os materiais de “segunda colheita”, como a palha e os grãos usados dos produtores de cerveja, têm o potencial de poupar até 10% das fibras virgens utilizadas no processo de fabrico de papel e, por conseguinte, constituem um meio importante e viável para complementar as fontes tradicionais.