É necessário acelerar as medidas sobre Energia necessárias para implementar o Acordo de Paris

Líderes de vários setores juntaram-se esta sexta-feira, no dia da Energia da COP23, para anunciar um novo conjunto de iniciativas para a transição para a energia renovável e para mostrar que o desenvolvimento mais ambicioso da energia limpa pode rapidamente tornar-se uma parte maior dos planos climáticos nacionais submetidos sob o Acordo de Paris.

“Com o preço das tecnologias de armazenagem e renováveis a cair, e um maior conhecimento sobre como definir o quadro político para uma mistura de energia mais limpa e um planeamento energético mais integrado, a questão perante os responsáveis pela tomada de decisões é, porquê esperar?”, interrogou Rachel Kyte, representante especial do secretário-geral da ONU.

Histórias de sucesso, ação e novos compromissos partilhados durante o Dia da Energia na Conferência das Alterações Climáticas da ONU – COP23, desde empresas a estados, cidades e países com pensamentos visionários, continuam a revelar que a ambição de garantir a transição para a energia limpa não está apenas a ser implementada como é irreversível, refere um comunicado da ONU.

“O nosso empenho em não deixar ninguém para trás é uma componente essencial do Acordo de Paris. A transição energética que podemos verificar que está a ser realizada deve ser uma transição na direção de sistemas energéticos que garantam uma energia sustentável para todos a nível mundial”, acrescentou a mesma responsável.

E adianta ainda: “isto significa colocar a eficiência energética em primeiro lugar, adotar um foco tipo laser no sentido de acabar com a pobreza energética e usar a revolução da energia renovável para alcançar o acesso universal e uma diminuição da curva das emissões. Todos os anos, em cada COP, os impactos económicos e de saúde da poluição provocada pelo carbono estão melhor documentados e a ciência daquilo que nos aguarda, se continuarmos no nosso atual caminho, aumenta”.

Por sua vez, Adnan Z. Amin, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), afirma que “dois terços das emissões globais de gases de estufa resultam da produção e utilização de energia, o que coloca o setor da energia no centro dos esforços globais para combater as alterações climáticas. A nossa análise revela que as renováveis e a eficiência energética podem em conjunto proporcionar mais de 90% da mitigação necessária no sistema energético até 2050 para atingir as ambições do Acordo de Paris, ao mesmo tempo que acelera a economia, cria emprego e melhora a saúde e o bem-estar humanos”.

O responsável refere ainda que “temos um grande, e inexplorado, potencial de energia renovável acessível. Rever os ‘Nationally Determined Contributions” (NDCs) dá aos países a oportunidade de pensarem melhor sobre como aproveitar este potencial, não apenas para mitigação, mas à luz dos muitos benefícios sócio-económicos das renováveis, mas também para adaptação”.

Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia, afirma que “a transição do setor de energia nas próximas décadas será essencial para cumprir as metas comuns em termos de clima e desenvolvimento sustentável. As medidas gerais dos governos e setor privado ajudaram a manter as emissões globais relacionadas com a energia estáveis nos últimos três anos. A nossa análise revela que podemos cumprir as metas climáticas ao mesmo tempo que conseguimos o acesso energético e melhoramos o ambiente”.

O objetivo central do Acordo de Paris é manter a subida da temperatura global média muito abaixo dos dois graus Celsius e o mais possível próximo dos 1,5 graus. Cerca de um grau dessa subida já aconteceu, o que evidencia a urgência de ir mais longe e mais depressa com a transformação global da energia limpa.