Ecoembes e Minsait lançam rede de blockchain para aumentar transparência e potenciar colaboração na economia circular

A Minsait, uma empresa da Indra, e a Ecoembes lançaram o CircularChain, um ecossistema de blockchain aberto que dá suporte à atividade de separação de resíduos, melhora a eficiência dos processos e acelera o lançamento de campanhas.

Em comunicado, a Ecoembes refere que o projeto  foi um “verdadeiro” e “importante” desafio em termos de inovação tecnológica e terá um “impacto significativo” na sustentabilidade ambiental. Esta rede de registos distribuídos vai permitir “ajudar as autoridades públicas, entidades locais, operadores, empresas de reciclagem e outras organizações a partilhar e controlar com segurança todos os dados do sistema” e a “acelerar todas as transações ligadas ao processo de separação de resíduos”.

Além disso, refere a empresa, vai permitir a “implementação ágil de sistemas de auditoria inteligentes” baseados nos registos criados por todos os envolvidos, para demonstrar que tanto as empresas como os governos estão a “cumprir os seus compromissos ambientais em termos de gestão de resíduos”, gerando assim “sistemas de monitorização ambiental”.

Graças a esta tecnologia, será possível dispor de uma “fonte única de informação precisa e registos inalteráveis”, trazendo “maior transparência e capacidade de auditoria a todas as operações e transações realizadas pelos intervenientes no ecossistema”, afirma a empresa. Além disso, como não existe um sistema central, “a plataforma não necessita de desenvolvimento de infraestrutura e os custos de manutenção são repartidos entre os diferentes participantes”, refere o mesmo comunicado.

“Ao capitalizar o papel de facilitador que a Ecoembes desempenha dentro da economia circular, começámos a criar um ambiente colaborativo baseado no pilar da transparência, com tecnologia inovadora, com o objetivo de envolver gradualmente os restantes agentes no processo de separação, recolha e reciclagem para consolidar um ecossistema de referência no setor”, explica a Minsait.

O CircularChain facilitará o registo de informação imutável ​​sobre rastreabilidade (identificador de remoção, instalação, tipo de material, ou possível não conformidade, entre outros) e provas documentais para garantir a existência de um documento em determinado momento e permitir testar se ocorrem modificações mais tarde. Além disso, possibilita o estabelecimento de acordos inteligentes, (por exemplo, na entrega de materiais ou embalagens), que facilitam a automatização dos pagamentos e as penalidades em caso de não conformidade.

Monitorização em tempo real

A iniciativa já demonstrou os seus benefícios através do desenvolvimento de um caso de utilização de rastreabilidade completa, que está a funcionar no processo de remoção do material selecionado das fábricas, armazenando dados relevantes da sua transferência para as fábricas de reciclagem e a informação da sua aceitação no destino (ou abertura de um processo de não-conformidade, caso o acordo não tenha tido lugar).

Segundo a Minsait, “inclui o registo de centenas de transações diárias associadas à retirada de material em mais de 90 instalações de separação de resíduos e a transferência de até mais de 70 empresas de reciclagem em toda a Espanha. Os números de novembro de 2020 somam mais de 3.700 remoções e cerca de 14.500 transações registadas na plataforma de blockchain”.

“A plataforma facilita a gestão e a monitorização em tempo real do processo de remoção de embalagens pelos agentes envolvidos”, diz em comunicado a Minsait.

Para a Ecoembes, “esta iniciativa foi um desafio em termos de inovação tecnológica e apresenta grandes oportunidades, além de um potencial de escalabilidade futura para incorporar mais organizações, utilizar casos e conseguir construir a rede de blockchain da economia circular em Espanha”.

Desta forma, ambas as empresas sublinham o valor que o CircularChain traz às autoridades públicas ao “facilitar a consulta da sua informação, de forma auditada e inalterável, sobre os processos da economia circular, assim como a sua integração numa rede que promove a colaboração público-privada e interadministrativa para avançar em direção à sustentabilidade”. Além disso, as empresas afirmam que ajudará a responder a uma sociedade com uma exigência crescente por “soluções inovadoras e mais transparentes”.