#EconomiaCircular: Skizo só usa recursos necessários e só produz por encomenda

A Economia Circular está, hoje, subjacente em muitas empresas. Produtos sustentáveis, amigos do ambiente e com um ciclo de vida longo são, cada vez mais, uma opção. Há também quem ponha em prática estes conceitos e desenvolva os seus próprios produtos. Com o objetivo de dar “voz” a projetos de cariz sustentável, a Ambiente Magazine irá, todas as semanas, apresentar algumas iniciativas aos nossos leitores e dar a conhecer o que se faz em Portugal nesta área. Esta semana, partilhamos o projeto “Skizo”.

Foi numa simples ida à praia que surgiu a Skizo: “Quando reparámos que o nosso filho estava a colocar uns plásticos na boca pensamos que estávamos a deixar um legado errado para as próximas gerações”, começa por explicar André Facote, cofundador da Skizo. Após alguma investigação, foi então que começaram a “transformar plástico, recolhido por pescadores e em algumas limpezas de praia, em fio que usaríamos uns meses depois na produção do têxtil e, finalmente, nos nossos produtos finais”, refere.

Ambientalmente, o objetivo da Skizo é mostrar ao setor da moda – um do mais poluentes – que é possível “produzir com qualidade premium com materiais reciclados, ecológicos e sustentáveis” e, usar, somente, os “recursos necessários para a produção da procura do mercado e continuar a ser lucrativo”. Já ao nível das vantagens, destaca-se o facto da marca só produzir por encomenda, ou seja, peça a peça: “Não temos stock e usamos somente os recursos necessários para as encomendas, dando-nos a possibilidade de melhorar o produto a cada encomenda, se for o caso, sem perder dinheiro de stocks”.

Até ao momento, a SKIZO está a superar as expectativas: “Temos atualmente clientes em mais de 30 países e zero devoluções de produtos. Não podíamos pedir mais apoio dos nossos clientes até agora”, afirma.

Quanto ao futuro, André Facote revela que estão a trabalhar para criar “novos fios e têxtil” a partir de outros tipos de lixo ou matérias descartadas, pelo que, em breve, haverão novidades. Outro foco passa por continuar a “marcar o setor têxtil e da moda”, mostrando que é possível “sermos uma empresa de impacto social e ambiental, produzir só por encomenda e ser lucrativa com este modelo de negócio”.

Apesar de haver “muito caminho para percorrer” em matérias de economia circular, o cofundador da Skizo reconhece que as novas gerações estão a dar provas de que Portugal está no caminho certo: “Não somos propriamente o país mais sustentável, mas caminhamos para isso e vemos um esforço conjunto de Entidades Governamentais, Entidades Privadas, Universidades e Consumidores”. A Portugal, falta uma “melhor educação na sociedade sobre sustentabilidade” e perceber o que é na realidade a sustentabilidade: “Precisamos de mais esforço das entidades governamentais e menos burocracia”.

Quais as perspetivas para o futuro sobre estas matérias?

Acreditamos que o setor da moda está a mudar: já existem alternativas à pele como, por exemplo, os biocouros produzidos a partir de folhas de abacaxi que nós usamos nas cores metálicas na nossa produção. Também temos a missão de continuar a ser uma alternativa mais sustentável ao Poliester e Poliamida virgem, mas queremos aprofundar e melhorar o nosso produto para que seja biodegradável, que é o que procuramos inovar no futuro próximo.