
Assim, foram definidas várias recomendações que ajudam os promotores de parques solares flutuantes a desenvolverem os seus projetos com a máxima eficiência e o mínimo impacto ambiental. O guia, publicado esta semana, “recomenda as melhores práticas a seguir em todas as fases de um projeto”, desde a “localização e design de uma central solar,” até “questões técnicas como segurança elétrica, ancoragem e amarração das plataformas flutuantes ou monitorização da qualidade da água e condições ambientais”, refere a empresa.
No solar flutuante, a EDP desenvolveu um projeto-piloto na Europa na albufeira do Alto Rabagão, em Montalegre, numa localização escolhida para testar a produção de energia nas condições mais adversas (como um vale profundo com solo rochoso e significativas variações nos níveis do rio). Com 840 painéis fotovoltaicos (cerca de 220 kW), que ocupam 2.500 m2 do espelho de água, esta unidade-piloto foi construída em 2016 e tem testado com sucesso a complementaridade entre a energia solar e a hídrica, bem como as vantagens ambientais e económicas desta nova tecnologia.
Dados os bons resultados do projeto no norte do país, a EDP planeia agora a instalação de uma nova central solar flutuante na albufeira do Alqueva, no Alentejo, com perto de 12 mil painéis (cerca de 4000 kW). Uma vez mais, o objetivo é “garantir a produção de energia renovável, aliando a solar à hidroelétrica, e reaproveitar infraestruturas existentes (como a ligação à rede de distribuição), sempre em linha com os padrões ambientais e de sustentabilidade”, sublinha o comunicado.
À escala global, esta tecnologia está a ganhar dimensão. De acordo com a EDP, em 2015, a capacidade de energia solar flutuante era de apenas 10 MW, mas acelerou significativamente nos últimos anos: “no final de 2020 já somava 2 GW e, até 2025, a estimativa é de que os projetos de solar flutuante possam atingir uma capacidade total de 10 GW”.