EDP tem um plano de investimento de 24 milhões de euros até 2025 para dar resposta à transição energética

“É dar continuidade e consistência a um investimento meritório… é a ambição e a missão à qual nos propomos”. A declaração pertence a Miguel Setas, Membro do Conselho de administração executivo do Grupo EDP, que falava no âmbito dos 20 anos do Programa Avifauna, celebrado através de protocolos entre a E-REDES, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a Quercus, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a Liga para a Proteção da Natureza (LPN).

Desde 2002 que a E-REDES tem desenvolvido e implementado ativamente medidas com vista à proteção da biodiversidade com o objetivo de minimizar o impacto das linhas elétricas na avifauna. Para profundar o conhecimento da empresa nesta matéria e definir metodologias de abordagem à proteção da avifauna, foi celebrado em 2003 o primeiro Protocolo Avifauna, que definiu um modelo trabalho diferenciador assente na parceria voluntária entre a E-REDES com as ONGAs e o ICNF, que perdura até aos dias de hoje, com o Protocolo Avifauna IX a decorrer.

Miguel Setas que falava na sessão de abertura dos 20 anos do “Programa Avifauna”, realizada esta segunda-feira, 10 de outubro, alertou para aquela que tem sido a atuação humana sobre o planeta: “De acordo com a ciência, 75% da superfície da terra está impactada pela nossa presença; 80% dos habitats naturais estão em risco e o número de espécies em risco pela ação humana é assustadora, é uma taxa que é mil vezes maior do que a taxa natural”. Estes números devem traduzir-se numa “grande responsabilidade” para a sociedade, país e continente: “Estamos a caminho do sexto evento de extinção em massa na terra e já temos um grau de aumento de temperatura em relação aos níveis pré-industriais”, alerta.

Para o gestor, o contexto atual obriga à urgente redução das emissões de CO2, sendo fundamental para se conseguir limitar este aumento a 1,5ºC até ao final do século. E, por isso, lembrou aquela que tem sido a atuação de Portugal, tendo sido dos primeiros países a assumir o compromisso de reduzir em 55% as emissões até 2030 e a neutralidade até 2050: “Tem sido pioneiro nesse sentido e já encerramos as centrais a carvão, a Central do Pego e a Central de Sines”.

É precisamente neste “princípio orientador” que Miguel Setas se centra para destacar aqueles que são os pilares que a EDP integra na sua estratégia de sustentabilidade: “Temos hoje a ambição de sermos uma empresa determinante para a inevitável, requerida e exigida transição energética”. E, por isso, são cinco os eixos estratégicos ESG da EDP: “A descarbonização, em primeiro lugar, com o objetivo de investir massivamente em energias renováveis, ajudando a economia e sociedade a descarbonizar”. Em segundo lugar, assegurar uma “transição justa”, no sentido de dar resposta aos impactos da transição energética na sociedade, nomeadamente, através da “criação de emprego”. A “proteção e a regeneração da natureza” como terceiro pilar, que se traduz em assegurar um “contributo positivo para os ecossistemas e para o ambiente” onde a empresa atua: “Queremos ter um impacto positivo com o compromisso de que todos os investimentos nunca deixarão de lado a dimensão da natureza e do ambiente”. A EDP quer ser ainda um “agente de transformação ajudando empresas nos critérios ESG”, no sentido de auxiliar toda a cadeia de valor no processo de transição para uma economia de baixo carbono. E, finalmente, uma “cultura forte na sustentabilidade” no sentido de assegurar a “responsabilidade e respeito pelos valores da sustentabilidade”, afinca.

Reconhecendo o papel essencial que as redes assumem na transição energética, Miguel Setas adianta que a EDP tem projetado um plano de investimento de 24 milhões de euros até 2025: “É um plano de investimento que na sua maioria se centra em renováveis e nas redes e que vai de mão dada com as preocupações e a excelência ESG”.

Como nota final, o responsável quis felicitar e reconhecer todo o “trabalho de consistência que tem vindo a ser feito ao longo tempo”, permitindo o sucesso da parceria entre a E-REDES, as ONGAs e a Administração Pública (DGEG e ERSE): “É um motivo de orgulho e um tributo a todas as gerações que nos antecederam”.

*Ao longos dos próximos dias a Ambiente Magazine vai partilhando notícias sobre o evento que marcou os 20 anos do Programa Avifauna