Eis os seis projetos-piloto que prometem reduzir a pegada carbónica na cidade de Lisboa

A Beta-i e a Câmara Municipal de Lisboa reuniram, na segunda-feira, 17 de abril, os seis projetos-piloto que foram aprovados no decorrer da sexta edição do Smart Open Lisboa. Na apresentação, estiveram presentes representantes de algumas das empresas que participaram no projeto para reduzir os consumos energéticos, através da tecnologia de três ‘start-ups’, que participaram remotamente no evento.

O primeiro piloto apresentado foi solicitado pela Brisa. O grupo que gere concessões de autoestrada aliou-se à ‘start-up’ EVE, para desenvolver uma ferramenta analítica que ajude no processo de tomada de decisões relativas à eletrificação da frota de assistência rodoviária. Esta frota funciona “numa rotina sem paragens”, segundo a Brisa, acabando muitas vezes por exceder a quilometragem que os veículos elétricos disponíveis no mercado conseguem cobrir.

Com a solução proposta, a Brisa pretende criar um perfil de rota, que tem por objetivo definir os requisitos necessários para realização do máximo possível de rotas com recurso a veículos elétricos, sem que isso prejudique a eficiência operacional.

A Carris também se associou à tecnologia da irlandesa EVE, noutro piloto. A empresa de transportes públicos rodoviários quer compreender se a análise dos dados sobre o desempenho dos veículos elétricos pode ajudar a otimizar a gestão da frota e a reduzir o consumo de energia, nomeadamente as emissões de CO2 associadas. Este piloto permitirá aplicar a tecnologia nos veículos elétricos ligeiros da Carris, com o objetivo de mostrar o potencial das suas ferramentas de análise.

As conclusões permitirão avaliar a transferibilidade desta solução para a restante frota da empresa, em que a autonomia dos veículos e a otimização da carga da bateria serão mais exigentes.

A Brisa voltou para apresentar o terceiro piloto, desta vez em parceria com a Schréder, que desenvolve alternativas de iluminação LED. As duas empresas associaram-se à ‘start-up’ canadiana Liveable Cities, para monitorizar dois nós de autoestrada operados pela Brisa. A tecnologia da Schréder, combinada com os aparelhos sensores da Liveable Cities, será capaz de monitorizar o comportamento dos veículos, ao mesmo tempo que os contabiliza, monitoriza as velocidades e regista vários parâmetros ambientais.

O objetivo desta solução é que a Brisa possa compreender melhor o comportamento do tráfego nos troços rodoviários selecionados, bem como a forma como isso afeta o ambiente no local. Ao mesmo tempo, poderá servir de apoio ao desenvolvimento de medidas e políticas que melhorem a segurança dos utentes e a sustentabilidade.

No quarto piloto, também a Carris se associou à Schréder, para monitorizar, através dos aparelhos da Liveable Cities, as condições ambientais das instalações de armazenamento e manutenção dos veículos da empresa. Com o apoio da tecnologia da Schréder e dos sensores da Liveable Cities, poderão ser recolhidos e analisados vários parâmetros da operação, nomeadamente a velocidade dos autocarros e as condições ambientais das instalações.

Com estes dados, será possível detetar alterações no espaço, ao mesmo tempo que se concebem e implementam políticas para melhorar os procedimentos operacionais utilizados nas instalações.

Nos últimos dois projetos-piloto, a ANA – Aeroportos de Portugal é a empresa que quer reduzir a pegada carbónica. Um deles foi desenvolvido em parceria com a ‘start-up’ espanhola Predictive Company, que fornecerá a tecnologia necessária para otimizar o controlo do sistema de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado (AVAC) do Terminal 2 do Aeroporto Humberto Delgado.

Com a solução de inteligência artificar da Predictive Company, a ANA tem como principais objetivos poupar energia, otimizar custos e reduzir as emissões de CO2, “sem comprometer o conforto dos passageiros”.

O último piloto apresentado também será aplicado no aeroporto de Lisboa. A ANA tenciona “expandir a fração renovável dos aeroportos” e começou a estudar outras abordagens, para além do programa fotovoltaico que tem em curso. A aplicação de microturbinas eólicas é o mote deste projeto-piloto. A empresa já escolheu alguns dos locais possíveis para implementar os aparelhos. Tem, neste momento, duas opções com diferentes ‘start-ups’, mas a “ideia ainda não está fechada”.

O passo seguinte será aprovar o compromisso com, pelo menos, duas turbinas, e discutir uma possível parceria com a energética EDP.

A sexta edição do Smart Open Lisboa arrancou em 2022, com o tema da transição energética. Os projetos-piloto apresentados foram conseguidos depois de oito meses de reuniões, entre parceiros, empresas e ‘start-ups’, segundo explicou à Ambiente Magazine Diogo Teixeira, CEO da Beta-i.

O responsável avançou ainda que mais 10 pilotos estão em negociação, mas não foram apresentados por “ainda estar a decorrer o processo”. No entanto, cerca de metade tem “uma enorme probabilidade de sucesso”, garante o CEO da Beta-i, que sublinha um “número muito bom” de pilotos fechados para esta edição.

Por: Redação da Ambiente Magazine.

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