Em ano de pandemia, Valorpneu atingiu as 71 500 toneladas de pneus tratados e valorizados 

A Valorpneu (Sociedade de Gestão de Pneus) realizou, esta quarta-feira, o seu 18.º Encontro anual. Mesmo em ano atípico, a empresa não quis deixar de realizar o habitual encontro, tendo decorrido em formato online.

2020 é, sem dúvida, um ano “difícil” para todas as empresas e para todas as atividades económicas. No caso da Valorpneu, a diretora-geral, Climénia Silva, constatou que o ano 2020 obrigou a um “ajustamento” de toda a atividade e a um “planeamento” de curto-prazo e de rápida resposta: “Foi uma gestão difícil mas ainda assim possível”.

Mesmo com a “falta de visibilidade” que, na altura, existia, e que ainda existe, a cooperação foi um fator crucial para o desenvolvimento da atividade: “Só assim foi possível chegar às 71 500 toneladas de pneus tratados e valorizados no sistema”. Até ao final de 2020, a Valorpneu vai registar, aproximadamente, “1 milhão e 560 mil de pneus reutilizados e valorizados” desde o início do sistema: “É um número, realmente, abstrato”, diz Climénia Silva. Embora a “quantidade de pneus valorizados tenha sido razoável”, ainda assim, “foi 12% inferior face a 2019”. Assim, verificou-se que a “quantidade de pneus recolhidos decresceu menos que proporcionalmente à quantidade de pneus colocados no mercado usados e gerados”, refere. Efetivamente, no final de setembro, o “mercado de pneus” apresentou um “decréscimo de 20%” e o “mercado de veículos menos 39%”, algo que “influencia o financiamento” da Valorpneu: “Naturalmente, quanto temos pneus para tratar e crescem de forma não proporcional à quantidade de pneus colocados no mercado, há um diferencial em termos de valor e tal só é possível no contexto da Valorpneu porque é uma empresa sólida em termos financeiros e tem capacidade para suportar este diferencial”. Esta situação conduz a uma “taxa de recolha” que se vai situar a um “nível bastante elevado de cerca 120%”, afiança a diretora-geral.

Relativamente aos pneus recolhidos e valorizados dentro do mesmo ano, o destino, maioritariamente, é a reciclagem, com cerca de 40 700 toneladas: “Corresponde a mais de 70%  do objetivo de recolha da Valorpneu”, precisa. Na parcela que é recauchutada, regista-se “cerca de 1 800 toneladas”, sendo que “o restante é valorizado energeticamente”, refere. 

[blockquote style=”2″]Valorpneu cumpriu aqueles que são os objetivos para este ano[/blockquote]

Hélder Barata Pedro, secretário-geral da ACAP (Associação do Comércio Automóvel de Portugal) e gerente da Valorpneu, quis, também, dar nota que, desde março, os serviços da Valorpneu souberam adaptar-se ao “trabalho à distância” através dos novos meios. E quem também soube “reinventar-se” com os serviços da empresa foram todos os parceiros: “Certamente que para o futuro (esta adaptação) irá ficar”. É, assim, uma “experiência difícil” pela qual todos estão a passar, mas que, mesmo assim a Valorpneu “cumpriu com aqueles que são os objetivos para este ano”.

O responsável precisou que, ao longo dos últimos oito anos, a empresa tem “cumprido sempre com as metas que têm sido impostas pelos poderes governamentais e oficiais”. Além disso, o gerente garante que a Valorpneu irá manter o seu apoio ao nível da Investigação e Desenvolvimento (I&D): “(A Valorpneu) tem apoiado uma série de soluções para dar um novo fim aos pneus e à reciclagem que é feita com os mesmos”. Dentro destas matérias, a empresa lançou, no passado mês de setembro, um projeto internacional – NextLap – para, justamente, “incentivar startups a entrar” na área do I&D com foco na reciclagem e na reutilização dos pneu. Também o  apoio à “recauchutagem” tem sido fundamental, tendo a empresa criado um site específico para esse fim, sustenta.