Empregos verdes são um aliado da transição energética e climática

Os empregos verdes (green jobs) são um aliado da transição energética e climática. Esta é uma das conclusões da reunião da Rede Europeia de Energia (EnR), sobre “Empregos e Competências Verdes para a Transição Energética”.

A ADENE – Agência para a Energia, que detém a presidência da Rede EnR, apresentou, esta segunda-feira, 17 de outubro, em Malta, os resultados preliminares do Estudo realizado sobre a importância dos empregos verdes a um grupo de especialistas, desde responsáveis políticos e sindicais da União Europeia até instituições internacionais como a OIT – Organização Internacional do Trabalho.

Numa altura em que a Europa vive um período de enormes transformações, em que a crise energética, as alterações climáticas e a transição digital desafiam a encontrar novas soluções de emprego, o estudo EnR ganha especial relevância porque aponta novos caminhos no futuro do mercado de trabalho.

Os resultados do Estudo EnR, partilhados num comunicado pela ADENE, indicam uma série de ações e recomendações, que passam pelo “apoio às políticas públicas de promoção dos ‘Green Jobs’, pela antecipação das necessidades do mercado, pelo reconhecimento e valorização dos empregos verdes no mercado de trabalho e, finalmente pelo fortalecimento do papel das agências de energia na divulgação e promoção dos empregos verdes”.

Ações e recomendações apontadas pelo estudo da EnR sobre ‘Empregos e Competências Verdes para a Transição Energética’:

  • Antecipar necessidades do mercado:
    • Promover campanhas para consciencializar as equipas técnicas e as empresas sobre a importância de atualização contínua de capacidades e formação on-the-job;
    • Realizar estudos e pesquisas para identificar desafios e necessidades do mercado em diferentes setores (transporte, produção de energia, construção, etc.);
    • Facilitar as redes regionais e locais a aprofundar o conhecimento sobre as necessidades de formação
  • Apoiar as políticas públicas na promoção e desenvolvimento dos ‘Green Jobs’:
    • Estimular regras de contratação pública que considerem critérios ambientais, sociais e de justiça, fomentando o desenvolvimento de empregos verdes junto das empresas;
    • Propor políticas públicas e pacotes legislativos para cumprir metas da ação climática;
    • Cooperar com agências de energia na elaboração de diretrizes para a criação de novos perfis de empregos verdes, nomeadamente para a educação profissional, formação e certificação no local de trabalho, etc. (por exemplo, WATTer Skills);
    • Colaborar com os parceiros sociais para garantir a requalificação dos trabalhadores afetados pela destruição de empregos associada à ação climática/transição energética e qualificação de trabalhadores de setores em risco;
    • Estar envolvido na conceção de mecanismos de financiamento, para promover a formação, requalificação e requalificação dos Trabalhadores.
  • Atrair talentos reconhecendo e valorizando as habilitações verdes (Políticas públicas e boas práticas empresariais):
    • Certificação nacional de habilitações e competências para novas profissões e funções, com novos perfis de trabalho projetados (e redesenhando os existentes) de acordo com o Quadro Europeu de Qualificações (QEQ), baseado no Sistema Europeu de Créditos para o Ensino e Formação Profissionais, fomentando a mobilidade e o reconhecimento dos profissionais no mercado europeu;
    • Propor políticas fiscais e de segurança social para apoiar empresas que investem em empregos verdes, e desenvolvam políticas de integração de antigos e novos trabalhadores qualificados;
    • Incentivar as plataformas de oferta de emprego a rotular empregos verdes ou áreas/setores verdes;
    • Cooperar com agências de criação de emprego e formação profissional para definir diretrizes e boas práticas para ajudar as empresas melhorar a retenção de talento, nomeadamente perceber o que é mais valorizado pelos diferentes perfis de colaboradores
  • Promover o conhecimento setorial:
    • Governança: Definir o papel e as ações de cada parte em relação aos empregos verdes (público, privado, nacional, local, setorial, etc.);
    • Promover reuniões regulares com os interessados para discutir novos desafios e oportunidades de empregos verdes;
    • Promover redes intersectoriais, ligando o mercado à educação, bem como a aprendizagem ao longo da vida;
    • Desenvolver ou ampliar o alcance de observatórios que centralizem informações sobre as necessidades do mercado para os empregos verdes, nomeadamente as habilitações, requisitos e formação.
  • Monitorar e atualizar as habilitações para os empregos verdes e habilidades atendendo às necessidades do mercado:
    • Definir uma estrutura de avaliação comum (definindo KPI’s comuns), levando em consideração as metas existentes;
    • Monitorar as tendências de evolução dos setores econômicos para calibrar perfis e competências verdes;
    • Monitorar o desenvolvimento de profissões relevantes.