Endesa apresenta ao Ministério de Transição Ecológica 23 projetos de hidrogénio verde

A Endesa submeteu ao Ministério de Transição Ecológica uma carta de interesse para desenvolver em Espanha, tanto na Península como em áreas extra-peninsulares, até 23 projetos relacionados ao hidrogénio verde.

Segundo a empresa, o volume de investimento associado a todos os projetos, incluindo o investimento destinado às centrais renováveis ​​que irão alimentar o funcionamento dos electrolisadores, é de cerca de 2.900 milhões de euros. Os projetos incluem diferentes ações em toda a cadeia de valor do hidrogénio verde: da produção ao consumo, lê-se no comunicado da Endesa.

Rafael González, diretor-geral de Geração da Endesa, refere que a empresa “quer mostrar seu claro compromisso com o hidrogénio verde como peça chave no processo de transição energética e descarbonização da economia. São objetivos nos quais trabalhamos há anos e que têm marcado nossa estratégia de substituição progressiva da produção térmica por produção renovável. Os 23 projetos de hidrogénio verde que agora apresentamos estão associados a uma capacidade de energia renovável de quase 2.000 MW”. Esta potência, segundo o responsável, “representa mais da metade dos 3.900 MW que a empresa anunciou que iniciará em Espanha entre 2021 e 2023, de acordo com a atualização do seu plano estratégico anunciado no final de novembro passado”.

De acordo com a Endesa, a concretização destes projetos contribuirá de forma decisiva para a concretização dos objetivos fixados para a primeira fase (2020-2024) do Roteiro do Hidrogénio, definido pelo Governo. Todos os projetos de produção de hidrogénio contemplam investimentos em parques de produção renováveis ​​dedicados à alimentação dos eletrolisadores. Embora não exclusivamente, uma vez que também têm a opção de despejar o excedente de eletricidade gerado na rede.

Potencial de hidrogénio verde

O hidrogénio renovável é apontado como um vetor energético fundamental para o sucesso da descarbonização do setor energético. Em particular, terá um papel fundamental nas áreas em que a eletrificação não é a solução mais eficiente ou não é tecnicamente possível a médio prazo. Da mesma forma, diz a empresa, o hidrogénio renovável produzido por eletrólise contribuirá para a correta regulação de um sistema elétrico 100% renovável, proporcionando maior flexibilidade e melhorando a segurança do abastecimento.

No entanto, a produção e consumo de hidrogénio renovável é um mercado ainda incipiente, com baixo grau de maturidade. Atualmente, apenas cerca de 500.000 toneladas de hidrogénio são produzidas e consumidas na Espanha como matéria-prima, praticamente toda a partir de combustíveis fósseis, já que até o momento não era uma opção competitiva.

No contexto previsto de redução do custo da geração renovável, aumento dos preços do CO2 e a necessidade de armazenamento sazonal de energia, as tecnologias de produção de hidrogénio renovável podem começar a ser competitivas em usos industriais nos próximos anos. Em todo caso, na atualidade, continuam a ser necessários mecanismos de apoio para tornar o uso do hidrogénio competitivo em relação a outras alternativas que demonstrem sua viabilidade, lê-se no comunicado da Endesa.