Energy and Climate Business Forum discute necessidades energéticas

A UpM – Union for the Mediterranean organizou a 2.ª edição do “Energy and Climate Business Forum” em Lisboa, em parceria com o Ministério do Ambiente e da Transição Energética e com a Agência para a Energia (ADENE). Sob o tema “Supporting local authorities in their efforts towards the energy transition”, o Forum consolida o papel ativo que a UpM tem e o seu apoio a iniciativas de diálogo e projetos como por exemplo o Parque Eólico de Tafila (Jordânia), para construir um futuro inclusivo e sustentável na região.

Cerca de 150 representantes de autoridades locais, partes interessadas, investidores privados, empresas, fornecedores de serviços, instituições financeiras internacionais e organizações regionais e internacionais que trabalham no ramo da energia e ação climática, reúnem-se neste fórum para discutir formas de melhorar a cooperação e promoção de soluções financeiras inovadoras e tangíveis, orientadas para o apoio das autoridades locais e nos seus esforços para desenvolverem e obterem energias renováveis. Toda esta ação serve para melhorar a eficiência energética na região, adaptando e reduzindo métodos prejudiciais ao clima de forma a melhorar a qualidade energética e a chegar a uma transição energética sustentável.

Por isso, as autoridades locais são as mais indicadas para encaminharem a redução destas emissões através das posições que lideram, sendo capazes de alterar políticas, organizar terrenos, edifícios, desperdício, transportes e abastecimento de água. As câmaras municipais das respetivas regiões estão a tomar posições e iniciativas para melhorar a utilização de energias renováveis, respeitar a segurança energética, baixar o preço das faturas, gerar emprego e, finalmente, para atingir um desenvolvimento inclusivo e sustentável.

Durante o discurso de introdução, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, referiu que: “A descarbonização e a transição energética devem ser abordadas como linhas de ação impulsionadas na nossa sociedade como um todo. Isto representa uma grande oportunidade estratégica que implica a mobilização de todas as comunidades locais. A UpM, no seu papel único de diálogo regional e plataforma de debate, será reforçada a todos os níveis, incluindo nos principais intervenientes e contribuindo ativamente para a construção de uma política energética mediterrânica inclusiva e proativa, que garanta o cumprimento dos objetivos e compromissos energéticos e climáticos. Esta conferência oferece um fórum importante e necessário para debater os principais desafios que a transição energética impõe nas próximas décadas.”

Jorge Borrego, senior deputy secretary general for Energy and Climate Action da UpM, acrescenta: “Enquanto as alterações climáticas continuam a ser um problema global, algumas das melhores estratégias para mitigação são implementadas a nível local. Quando adequadamente enfrentados, os desafios energéticos e climáticos enfrentados pela região podem tornar-se oportunidades de negócios para as comunidades locais, ao mesmo tempo que contribuem para a transição para a energia sustentável. Esta é uma oportunidade que devemos aproveitar, uma vez que a nossa região do Mediterrâneo é tão rica em energia renovável derivada de fontes eólica, solar e de água.”

De acordo com o Observatório Mediterrâneo da Energia (OME), a necessidade energética per capita irá aumentar em 62% na zona a sul e este do Mediterrâneo até 2040 (usando o ano de 2018 como referência). A região do Mediterrâneo também vive uma intensa industrialização e crescimento do turismo, que pressiona os recursos energéticos disponíveis. O limite de um aumento de 1,5ºC na temperatura média (em comparação com os níveis pré-industriais), a não ser ultrapassado como acordado pelo Acordo de Paris, já está a ser excedido na região do Mediterrâneo.

Parque Eólico de Tafila: um caso exemplar

A energia eólica continua a ser uma fonte de energia renovável muito promissora, também na zona do Mediterrâneo. O Parque Eólico de Tafila, que é o primeiro projeto renovável em escala de utilidade pública na Jordânia, é reconhecido como uma das melhores práticas durante o evento. Este projeto, que é apoiado pela UpM, abre novos caminhos para projetos de energia renovável no Mediterrâneo e serve como um exemplo de parceria de sucesso entre o governo e o setor privado e gerou um enorme crescimento em termos de oportunidades de negócios na região.

Além do facto de que o parque eólico de Tafila constituía quase 25% da energia produzida a partir de fontes renováveis na Jordânia em 2018 e atualmente abastece 83 000 residências, tornou-se uma parte importante da comunidade local. De facto, 80% dos funcionários são da área local, e o parque eólico de Tafila oferece bolsas de estudo para estudantes, apoia atividades culturais e administra uma clínica móvel, representando uma alternativa inclusiva e viável para uma nação que anteriormente dependia de importações de combustível para fornecer eletricidade às residências e empresas do país.

A necessidade de uma governação multifacetada para transitar com sucesso para uma utilização energética baixa em utilização de carbono já foi reconhecida por toda a região, tal como foi referido na Action-oriented Roadmap for enhanced regional cooperation da UpM (Barcelona, 23 de janeiro de 2017) e na Ministerial Declaration on Energy da UpM (Roma, dezembro de 2016), e aprovada pelos 43 Estados-Membro. Este Fórum constitui um marco nas atividades da UpM relacionadas com a energia, mobilizando o investimento privado em direção ao setor energético, e para demonstrar soluções inovadoras na região.