ENERH2O: Inovação tecnológica “permite melhorar processos do consumo de água e energia”
Num breve debate sobre as oportunidades destas empresas no que diz respeito ao potencial de economia circular nos setores da água e da energia, Elza Ferraz, Técnica Responsável de Economia Circular da empresa municipal do Porto, considerou a inovação tecnológica “uma alavanca para que tudo aconteça e para ter mais eficiência, novos modelos e novos recursos”. E o Porto tem-se colocado na frente, estando a desenvolver numa das ETAR’s o potencial de produção de energia a partir do tratamento de lamas, além de já estar a ser produzida ApR (água para reutilização) na ETAR do Freixo.

Desta forma, alguns dos objetivos da Águas e Energia do Porto é diminuir as perdas de água, através do uso da ApR para lavagem de pavimentos e contentores, e de bacias de retenção, como a que existe já em funcionamento no Parque da Asprela.
Elza Ferraz destacou ainda a finalização do Roteiro de Economia circular, “com prazos e metas a cumprir” em diferentes setores, desde água, energia e até resíduos.
Por sua vez, Inês Vieira, Gestora do Projeto Ecowaste da PRIO Energy, considerou que a “inovação tecnológica permite melhorar processos do consumo de água e energia”, até mesmo no projeto Ecowaste, que passa pela recolha e reutilização de óleo alimentar usado, essencialmente para biocombustível.
No que diz respeito aos óleos, dos quais existem várias tipologias, a palestrante explicou que “a regulamentação ainda é um pouco frágil” e também que “falta mais sensibilização”, mais “responsabilização dos municípios” e “incentivos para tornar a recolha mais efetiva”, como os sistemas PAYT (Pay-As-You-Throw). Inês Vieira relembrou ainda que 1 litro de óleo polui 1 milhão de litros de água.
Além disso, a própria Prio está a trabalhar para tornar as suas operações mais sustentáveis e assentes na economia circular, estando, por exemplo, a estudar o uso de lamas como potencial energética na sua ETAR interna.
Já Diana Nicolau, Gestora da Unidade de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa da LIPOR, clarificou que os “avanços da IA (inteligência artificial) são fundamentais”, como por exemplo na robotização da separação de resíduos urbanos. No caso concreto, a “plataforma Waste identifica e torna mais eficiente a rota de recolha dos resíduos”.
Noutro ponto, a oradora relembrou que a empresa já faz valorização energética, através da incineração dos resíduos, e que até já lançou uma Comunidade Energética Renovável local, com 27 parceiros.
Assim, a LIPOR tem vindo a transformar o seu modelo de negócio”, indo além da simples recolha de resíduos: “queremos ser conhecidos como uma produtora de produtos, através dos resíduos e da sua valorização”.
A 3.ª edição do ENERH2O decorre na EXPONOR, no Porto, entre os dias 24 e 25 de setembro, juntando diferentes players, nacionais e internacionais, dos setores da água e da energia, em debates técnicos e especializados.