EPAL dá voz à inclusão com projeto que transforma materiais obsoletos numa linha de merchandising sustentável

Um projeto que começou a dar os primeiros passos, quando a EPAL lançou um concurso de ideias à ETIC – Escola de Tecnologias, Inovação e Criação, através de um desafio aos alunos para transformarem materiais obsoletos da empresa, numa linha de merchandising sustentável. É assim que nasce o Make a Circular Wave, um projeto pioneiro que concilia a vertente educativa, artística e ambiental com a vertente social, de forma verdadeiramente inclusiva.

Apresentado publicamente na passada segunda-feira, este projeto teve como “motor de arranque” o fim da utilização de plásticos nas empresas e entidades estatais, na aproximação da Lisboa Capital Verde 2020: “Pensámos que este seria o momento-chave para mudar o paradigma no que diz respeito à forma de adquirir e gerir o nosso merchandising e uma das formas de mudar esse paradigma passou exatamente por criarmos a nossa própria linha de produtos, feitos a partir dos nossos próprios excedentes”, começa por explicar Marcos Sá, Diretor de Comunicação, Marketing e Educação Ambiental da EPAL, destacando que vertente social surge através de uma parceria com a CAIS Porto, a CERCI Lisboa e a APCL – Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa, “onde os utentes destas instituições de solidariedade tiveram a possibilidade de produzirem as propostas vencedoras”. Para a empresa, “era da maior importância que, no final, este projeto pudesse representar todos, promover a inclusão social e apoiar projetos que promovem o trabalho artístico de pessoas com deficiência e estimulem a capacidade ocupacional de pessoas em situação de vulnerabilidade, dando voz a causas que têm de ser cada vez mais de toda a comunidade”, acrescenta o responsável.

A redução da quantidade de lixo que acaba em aterros sanitários

No âmbito deste projeto, Marcos Sá refere que já foram produzidos um candeeiro e jogos tradicionais. “O Candeeiro “Quantos Queres” é feito de origamis que foram construídos a partir de folhas de livros obsoletos e a embalagem é uma caixa de cartão reciclado desaproveitado”. Já a coleção de jogos tradicionais possui “ilustrações ligadas aos conceitos da Água, Circularidade e aos Monumentos da EPAL”, contando com “um Baralho de Cartas e um Dominó”, estando ainda previstos um “jogo Damas/Xadrez e um jogo da Memória”. Todos os jogos são concebidos a partir de “papel reciclado, lonas, cartão e folhetos em desuso”, acrescenta.

Com uma “importância significativa para a sustentabilidade”, este projeto não só acelera a “reutilização de materiais”, como também “promove a economia circular”, enquanto práticas fundamentais para “reduzir o impacto ambiental” causado pelo desperdício e pela produção excessiva de resíduos: “Ao dar uma nova vida aos materiais descartados, este projeto contribui para a redução da quantidade de lixo que acaba em aterros sanitários, evitando a emissão de gases de efeito estufa e a contaminação do solo e da água”, destaca o responsável.

Com este projeto, a EPAL espera servir de inspiração a outras empresas portuguesas, públicas ou privadas, e ao cidadão comum, no sentido de “implementarem e seguirem políticas de inclusão social” e de “apoiarem projetos que promovam o trabalho artístico de pessoas com deficiência e estimulem a capacidade ocupacional de pessoas em situação de vulnerabilidade”, dando “voz a causas que têm de ser, cada vez mais, de toda a comunidade”. Assim, “esperamos que as iniciativas promovidas pela EPAL sejam um exemplo e que muitos outros se unam por um futuro mais promissor e sustentável nas suas diversas vertentes”, precisa o Diretor de Comunicação, Marketing e Educação Ambiental da empresa.

Em breve, todas as peças produzidas no âmbito do Make a Circular Wave estarão disponíveis para venda nas Lojas EPAL e nos Núcleos do Museu da Água.

O compromisso com a vertente social

Tal como a sustentabilidade, também a inclusão ocupa um lugar de destaque nas prioridades da EPAL e, por isso, o compromisso não se esgota apenas neste projeto. Marcos Sá relembra a parceria de mais de uma década com a ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, permitindo a emissão de fatura em braille, ou a a implementação do SERVIIN – Portal do Cidadão Surdo, que visa um atendimento presencial e telefónico por videochamada. Nos últimos anos, com o apoio técnico do INR – Instituto Nacional para a Reabilitação I.P., a EPAL disponibilizou “conteúdos de comunicação para a sustentabilidade em multiformato, incluindo, além do Braille e da Língua Gestual Portuguesa, a Escrita Pictográfica”, em parceria com a APCB – Associação de Paralisia Cerebral de Braga. Em complemento dos serviços de tradução adquiridos a estas entidades, a empresa obtém “bens de responsabilidade social feitos por pessoas em situação de vulnerabilidade”, estimulando a “criação de valor para as instituições” e “contribuindo para aumentar o sentimento de pertença e valorização social dos seus utentes”. A título de exemplo, o responsável refere a parceria com a SEMEAR na “aquisição de produtos alimentares”, com a Fundação LIGA na “aquisição de bases para copos em cerâmica”, com a APSA – Associação Portuguesa da Síndrome de Asperger na “aquisição de individuais de mesa” e com a APPACDM – Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental na “aquisição de estojos de lápis com desperdícios de tecido e sua incorporação em novas peças”.