FPCUB: Sistemas de bicicletas partilhadas podem ajudar a impulsionar a utilização da bicicleta em cerca de 3%

A FPCUB (Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta) reuniu esta terça-feira, dia 26 de julho, com o secretário de Estado da Mobilidade, Jorge Delgado, com o objetivo de dar nota de um conjunto de iniciativas que esta entidade de utilidade pública tem vindo a levar a cabo ao longo dos anos, bem como da necessidade das cidades melhorarem a sua infraestrutura e instalarem redes de bicicletas partilhadas.

Neste âmbito, José Manuel Caetano, presidente da FPCUB, lamentou o facto de as cidades que têm dimensão para instalar tais sistemas não têm apoios do Governo Central para a sua instalação: “Os sistemas de bicicletas partilhadas, quando bem dimensionados e instalados, podem ajudar a impulsionar a utilização da bicicleta em cerca de 3%”. Essa impulsão depende, contudo, da infraestrutura estar já adequada à utilização da bicicleta: “É necessário que os Municípios invistam na reorganização das ruas e avenidas”.

Dando o exemplo da cidade de Braga, o presidente da FPCUB lembrou que o “investimento num sistema de bicicletas com 70 estações e mil bicicletas tem um custo de implementação de dois milhões de euros”, mas este tipo de sistemas “podem integrar empresas públicas já existentes, como sejam os TUB em Braga, os STCP no Porto, ou outras empresas noutras cidades, tal como já acontece com a EMEL em Lisboa”.

Para Mário Meireles é ainda fundamental que se implemente um “sistema de financiamento da utilização da bicicleta”, à semelhança do que acontece em países como a França, o Reino Unido ou a Bélgica, sendo que “há a necessidade de utilização de um aplicativo móvel com posicionamento GPS, para evitar fraudes”.

Foi ainda sugerido pela FPCUB o investimento numa “estrutura de missão/agência temporária para acelerar a implementação da ENMAC – Estratégia Nacional de Mobilidade Ativa Ciclável”, sendo dado o
exemplo de sucesso da eBupi: “eÉ fundamental que se operacionalize definitivamente a ENMAC, e se trabalhe, a par desta, na estratégia Pedonal, unificando-a a médio prazo numa estratégia única”.

Como considerações finais, o presidente da Federação alertou ainda que, para se aproximar dos objetivos traçados para 2025, de ter “7,5% da população portuguesa a pedalar”, e nas “cidades 15%”, é fundamental “acelerar a estratégia nacional”, através da estrutura de missão, bem como “implementar programas de incentivo à implementação de bicicletas partilhadas e à utilização da bicicleta”.