Gaia integra projeto internacional de luta contra planta invasora muito agressiva

Foi, recentemente, aprovado pela Comissão Europeia o projeto LIFE+ Stop Cortaderia, dedicado à gestão da erva-das-pampas (Cortaderia selloana), planta invasora muito agressiva com grande proliferação tanto em áreas naturais como em áreas perturbadas pelo Homem.

O projeto, com um investimento total de cerca de 3.500.000 € (52% financiados pela UE), desenvolve-se ao longo de quatro anos e é uma iniciativa transnacional, com a participação de entidades portuguesas, espanholas e francesas. As entidades envolvidas vão colaborar numa série de iniciativas de luta contra esta espécie invasora ao longo do Arco do Atlântico, desde o centro/norte do litoral português até ao sul de França. As ações a implementar incluem o desenvolvimento de estratégias e planos de ação para gestão da espécie e campanhas de comunicação para informar e alertar os cidadãos sobre as graves ameaças associadas à expansão da espécie.

O LIFE + Stop Cortaderia é o primeiro projeto financiado pelos Fundos LIFE e destina-se, exclusivamente, à luta contra esta espécie invasora em grande expansão no território ibérico. Ainda que as intervenções de controlo no terreno estejam programadas apenas para as regiões costeiras que integram a Rede Natura 2000 na Cantábria, o projeto tem como objetivo a definição de uma estratégia, planos de ação e disseminação de informação que abrangem todo o Arco Atlântico, o que foi muito valorizado pela Comissão Europeia.

A Comissão Europeia financiará 52% do projeto, sendo que o restante valor será fornecido, principalmente, pelo Governo da Cantábria. O co-financiamento restante provém das outras entidades públicas e privadas (parceiros e co-financiadores) que também participam no projeto. A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra conta com um financiamento de 102,973€ (61,783€ financiados pela UE) e o Município de Vila Nova de Gaia 207,632€ (124,578€ financiados pela UE).

O projeto inclui como parceiros (beneficiários) uma aliança de ONGs espanholas (a ONG ambiental SEO, BirdLife e três ONGs sociais – AMICA, AMPROS e SERCA) e duas entidades portuguesas (a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra e o Município de Vila Nova de Gaia). O co-financiador e promotor principal do projeto é o Governo da Cantábria – mais concretamente o Ministério do Desenvolvimento Rural, Pescas e Alimentação – e conta, ainda, com o co-financiamento da Junta da Galiza, do Município de Santander e de empresas privadas (ASTANDER, VIESGO, SOLVAY), além dos próprios parceiros. Outras entidades e associações (como ONGs e Municípios do Sul de França, instituições de investigação e a infraestruturas de Portugal) mostraram o seu apoio ao projeto.

20 ações e quatro anos de trabalho

O projeto LIFE + Stop Cortaderia inclui 20 ações, desenvolvidas ao longo de quatro anos (2018-2022), agrupadas em quatro grupos: ações preparatórias e estudos prévios, ações diretas de eliminação e controlo da espécie invasora, monitorização e seguimento das ações de controlo e ações de difusão e sensibilização.

Destaca-se a realização da cartografia da erva-das-pampas desde o litoral centro/norte de Portugal até à Cantábria, através de técnicas de deteção remota que permitirão ter uma imagem precisa da extensão desta espécie. Posteriormente, esta cartografia permitirá, também, na Cantábria, avaliar os resultados das intervenções de controlo de erva-das-pampas, incluindo em zonas de elevada densidade (estradas, zonas industriais e mineiras e zonas periurbanas). Será, ainda, criada uma rede de alerta precoce e resposta rápida para detetar novos focos de invasão ao longo do Arco Atlântico e uma campanha de comunicação nos meios de comunicação social.

Um projeto para a natureza e para as pessoas

Cerca de 52% do orçamento é destinado à contratação de pessoas uma vez que o trabalho de eliminação e controlo de erva-das-pampas será realizado por equipas contratadas pelas entidades sociais AMICA, AMPROS e SERCA, o que confere uma importante dimensão social à iniciativa. Especificamente, o projeto envolverá contratação direta durante o período de projeto de 24 pessoas (3 técnicos e 21 operacionais) e 12 pessoas que participarão de forma parcial nas diferentes ações.