Galp Energia com resultados de 639 milhões de euros em 2015

A Galp Energia acaba de divulgar os resultados de 2015, tendo atingido os 639 milhões de euros o que, segundo a empresa, reflete uma melhoria significativa da atividade da refinação na Europa e o facto de a refinaria de Sines ter operador durante quase todo o ano próximo da sua capacidade máxima, quando no ano anterior fora sujeita a uma paragem programada para manutenção.

De acordo com a Galp Energia, os sinais do início de recuperação económica na Europa refletiram-se de forma positiva no mercado ibérico de produtos petrolíferos, incluindo no mercado português, que cresceu pela primeira vez em 10 anos.

Em 2015, a produção total (working interest) de petróleo e gás natural aumentou 50%, atingindo os 45,8 mboepd, devido à maior contribuição da produção do Brasil, que aumentou 82% face a 2014 para 36,0 mboepd. Esta evolução deveu-se essencialmente à contribuição da FPSO Cidade de Paraty (#2) e ao Cidade de Mangaratiba (#3). A produção net entitlement aumentou 60% alcançando 43,2 mboepd em resultado do aumento da produção no Brasil, que disparou 82%.
Em Angola, onde se iniciou a produção no campo Lianzi, no bloco 14k, através de um tieback à plataforma compliant piled tower (CPT) do campo Benguela-Belize-Lobito-Tomboco (BBLT), no bloco 14, a produção net entitlement manteve-se estável em 7,2 mbopd.
Este aumento de produção permitiu atenuar o efeito da quebra de 47% do preço médio do dated Brent no resultado operacional a custo de substituição ajustado que assim se situou em 145 milhões de euros, cerca de metade do valor do ano anterior, explica a empresa.

Em 2015 a margem de refinação da Galp Energia atingiu um valor médio de $6,0/bbl, mais $3,2/bbl do que no período homólogo, refletindo a recuperação das margens de refinação nos mercados internacionais, e em particular na Europa.
Foram processados cerca de 114,6 milhões de barris de matérias-primas, mais 23% do que em 2014, com o complexo de hydrocracking a operar perto da capacidade máxima durante todo o ano. A empresa salienta que, em 2014, o volume de matérias-primas processadas foi impactado pela paragem geral para manutenção da refinaria de Sines no primeiro semestre.

O volume de vendas a clientes diretos manteve-se em linha com 2014. As vendas de produtos petrolíferos em África representaram 8% do total de vendas a clientes diretos registado no período. No final de dezembro, a Galp Energia contava com 1.435 estações de serviço ativas e 832 lojas de conveniência.

O resultado operacional a custo de substituição ajustado do segmento de negócio de Refinação & Distribuição
foi de 516 milhões de euros.

As vendas de gás natural totalizaram 7.665 milhões de metros cúbicos (Mm3) durante 2015, mais 3% do que em 2014, refletindo o aumento das vendas no segmento elétrico e no segmento de trading. Os volumes transacionados no mercado internacional durante o ano aumentaram 3% para 3.822 Mm3. Foram realizadas 33 operações de trading de GNL, menos sete do que em 2014, tendo esta descida sido compensada pela maior atividade de trading de rede, cujos volumes aumentaram para os 1.224 Mm3 face a 570 Mm3 no período homólogo.

As vendas no segmento elétrico aumentaram 49% para os 1.082 Mm3, consequência da quebra de produção por via hídrica e eólica na Península Ibérica. Os volumes vendidos a clientes dos segmentos industrial e de retalho na Península Ibérica desceram 6% e 24% para os 2.397 Mm3 e os 365 Mm3, respetivamente. As vendas de eletricidade totalizaram 4.636 GWh em 2015, mais 844 GWh do que em 2014. Esta subida deveu-se sobretudo ao aumento da atividade de comercialização de eletricidade, que mais do que compensou a redução de vendas de eletricidade à rede, que se situaram nos 1.299 GWh.
O resultado operacional a custo de substituição do negócio de Gas & Power em 2015 situou-se nos 313 milhões de euros.

O investimento em 2015 foi de 1.283 milhões de euros, tendo o Capex no negócio de E&P representado 86% do total. A atividade de E&P absorveu 1.103 milhões de euros, do qual cerca de 91% foi alocado a atividades de desenvolvimento, nomeadamente à construção de unidades FPSO e desenvolvimento dos campos Lula/ Iracema, no Brasil, e bloco 32, em Angola.
O capital investido nas atividades de downstream & gas atingiu os 176 milhões de euros, mais 28% do que em 2014
devido ao investimento financeiro relacionado com o aumento da participação na empresa Setgás no quarto
trimestre de 2015.