Greve Climática Estudantil é já amanhã

Amanhã, dia 15 de março, realiza-se uma Greve Climática estudantil, organizada pelo movimento de Estudantes que pretende reivindicar políticas de defesa do clima. Estima-se que este movimento possa juntar nove milhões de jovens em todo o mundo. Recorde-se que a primeira Greve Climática Esrudantil se inspira no protesto da adolescente sueca Greta Thunberg que incentiva os estudantes de todo o mundo a faltarem às aulas para dizerem aos governantes que as alterações climáticas deveriam ser uma prioridade.

“Hoje, usamos 100 milhões de barris de petróleo todos os dias. Não há política para mudar esta situação, não há regras para manter esse petróleo no solo. Logo, não podemos salvar o mundo alinhado pelas regras, porque as regras precisam mudar. Tudo tem de mudar.” Estas são as palavras de Greta Thunberg, a estudante sueca de 16 anos diante de uma multidão de 10 mil pessoas em Helsínquia há alguns meses e, desde então, as coisas estão a mudar. Greta entrou em greve na escola e está a exigir ações contra a mudança climática.

Em Portugal, tanto o PAN como a Zero apoiam este movimento. O deputado André Silva irá juntar-se à marcha que vai desde o Largo de de Camões à Assembleia da República, entre as 10H30 e as 13H30. Noutros pontos do país, vários núcleos do PAN se juntam também à iniciativa pretende trazer o ambiente virtual para as ruas e dar voz ao mote #FazPeloClima.

Já a associação ambientalista Zero apela também a todos para marcharem, fisicamente ou em solidariedade, ao lado das crianças e jovens portugueses. E refere que se os jovens estão a lutar pelo clima, as escolas devem tornar-se um exemplo de que essa luta está a ter resultados. São várias as medidas que estas devem implementar de forma a se tornarem um exemplo de maior sustentabilidade. A Zero identifica 10 ações como prioritárias:
– Utilizar sistemas de energias renováveis: coletores solares térmicos para o aquecimento de águas (para cantina, bar e balneários), e fotovoltaico para autoconsumo de eletricidade nas escolas, reduzindo significativamente as suas necessidades energéticas;
– Concretizar a implementação obrigatória do menu vegetariano nas escolas e incentivar a utilização de alimentos locais e/ou biológicos;
– Concretizar a resolução do governo para acabar obrigatoriamente com o uso de plásticos de utilização única (talheres, pratos e copos descartáveis, película aderente e palhinhas, entre outros);
– Promover o uso da bicicleta nas deslocações diárias para as escolas, pela integração das viagens de bicicleta no Seguro Escolar;
– Mudar a política de livros escolares, preparando-os para uma efetiva reutilização, passando os mesmos a ser propriedade das escolas e a ser utilizados em anos sucessivos;
– Dispor de sistemas de compostagem nas escolas, por forma a devolver os resíduos fermentáveis como matéria orgânica para os solos;
– Aplicar dispositivos hídricos mais eficientes, para uma redução no consumo de água e de energia;
– Substituir o arvoredo exótico por espécies autóctones;
– Estar integrada no programa Eco-Escolas da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE);
– Implementar um programa nacional de redução da pegada ecológica nas escolas integrando, entre outras, as medias anteriormente mencionadas.

Recorde-se que nos dias 21 e 22 de março, os Chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) reunidos no Conselho Europeu de Bruxelas, debaterão o projeto de visão climática de longo prazo da UE, definindo ações a tomar para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C. Na versão preliminar da estratégia publicada em novembro, a Comissão Europeia recomendou atingir-se emissões líquidas zero ou neutralidade carbónica, o mais tardar até 2050. De forma a garantir uma maior probabilidade de se atingir as metas do Acordo de Paris, a União Europeia precisa de se descarbonizar totalmente até 2040. Para a Zero, se os líderes aproveitarem o impulso criado pelos jovens para mais ação climática, ainda poderemos evitar os impactos mais devastadores das alterações climáticas.