AQUIFER: aprender a “regar mais com menos quantidade de água”

No encontro do projeto AQUIFER em Lisboa, no LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), Cláudia Marques da Silva, professora no Instituto Superior de Agronomia, evidenciou o código das boas práticas agrícolas, associado a uma valorização e monitorização das mesmas, atentando às vantagens de conhecer bem os terrenos e os aquíferos.

A docente não escondeu o potencial da agricultura e da ciência andarem de mãos dados, evidenciando igualmente o benefício do recurso à tecnologia. Todavia, realçou que o facto das medidas serem sugestivas e não obrigatórias “pode ser um entrave”, daí ser necessário providenciar mais conhecimentos aos agricultores e apresentar as vantagens para a gestão das suas explorações e até para o ambiente.

O código das boas práticas agrícolas começa por evidenciar a importância de saber escolher o tipo de rega, escolha influenciada pelas condições do solo, conhecer as origens da água, além de aprender a gerir a rega com os períodos de chuva: aprender a “regar mais com menos quantidade de água”, é esse o objetivo segundo Cláudia Marques da Silva, que ainda acrescenta o inevitável conhecimento das culturas, de forma a compreender quais precisam de mais água e quando é que precisam.

Além disso, o tipo de fertilização é igualmente relevante, pois não se deve “fazer fertilização só porque sim, só quando a planta precisa”. E para isso é também necessário perspetivar os solos na questão de retenção ou perda dos nutrientes.

A professora ainda afirmou a importância de conhecer os aquíferos em volta dos terrenos, aprendendo a usá-los, mas também a não poluí-los – é neste sentido que o AQUIFER tem intervindo, com a validação e monitorização das águas subterrâneas, num projeto que junta Espanha, Portugal e França.

Por Ambiente Magazine