Iberdrola anuncia construção de 83 MW de energia solar e 14 MW de armazenamento em Portugal

A Iberdrola adjudicou o ponto de conexão à rede para um projeto híbrido, fotovoltaico com armazenamento, no Algarve, que alcançará os 83 megawatts de capacidade instalada fotovoltaica (MW), no leilão promovido pelo Ministério do Ambiente e Transição Energética português, entre os dias 24 e 25 de agosto.

O projeto consiste numa “central fotovoltaica com 83 MW de capacidade instalada, com uma entrada de bateria de cerca de 14 MW”, que permitirá “estabilizar o sistema e gerir a descarga na rede em momentos de grande procura”, refere a empresa em comunicado.

De acordo com a Iberdrola, este projeto junta-se aos 172 MW de tecnologia fotovoltaica que a empresa obteve no leilão de 2019, localizados nas regiões do Algarve e Vale do Tejo e que se encontram em desenvolvimento, proporcionando assim uma ampla carteira de energia solar em Portugal.

Este ano, num leilão fechado, “ficou mais uma vez demonstrada a competitividade das energias renováveis, que representam o principal vetor para se conseguir a descarbonização e eletrificação da economia”, considera a empresa.

Quando este novo projeto entrar em funcionamento, a capacidade renovável da Iberdrola em Portugal alcançará os 1.519 MW, dos quais 1.158 MW serão de tecnologia hidroeléctrica, 255 MW de fotovoltaica, 14 MW de armazenamento em forma de bateria e 92 MW de energia eólica atualmente em operação.

A empresa renova assim a aposta no mercado português da eletricidade, que já conta com uma quota de mercado de 28% e uma carteira de cerca de 400 mil clientes de eletricidade e gás. Além disso, a empresa possui a terceira maior fatia de clientes de energia elétrica do país (5,9%) e a segunda maior em consumo (5,7%).

O grupo continua também a avançar no desenvolvimento do grande complexo hidroelétrico do Tâmega, que envolve a construção de três novas centrais (Gouvães, Daivões e Alto Tâmega), com uma potência total de 1.158 MW e um investimento superior a 1.500 milhões de euros. As centrais de Gouvães e Daivões entrarão em funcionamento em 2021, conforme previsto.  Segundo a empresa, o arranque deste projeto “aumentará em 6% o total de energia elétrica instalada no país e promoverá o fornecimento de energia limpa a 440 mil casas portuguesas”.

Com a promoção do complexo do Tâmega e a nova capacidade solar atribuída, a Iberdrola, que desde o ano 2000 já conseguiu reduzir as suas emissões na Europa em 75%, contribuindo para o compromisso de Portugal com a neutralidade carbónica em 2050. De igual modo, a empresa adjudicou, no mês de julho, num leilão a construção de três parques eólicos na Grécia, com uma capacidade conjunta de 98,1 megawatts (MW).

Aposta na recuperação verde

A Iberdrola acredita que a eletrificação funcionará como uma alavanca de mudança no mundo pós-Covid e, por isso, tem acelerado os investimentos para contribuir para a reativação da atividade económica e do emprego. Esta aposta na recuperação verde levou-a a fazer investimentos recorde de 10 mil milhões de euros em energias renováveis, redes elétricas inteligentes e sistemas de armazenamento de grande escala, após ter destinado 100 mil milhões desde 2001 no mundo.

No final de junho de 2020, a Iberdrola opera 32.695 MW renováveis no mundo e tem um portfólio de projetos renováveis que ultrapassa os 58.000 MW.