IKEA quer descomplicar o conceito de sustentabilidade para mil milhões de pessoas  

“A COP 26 é um momento para reforçar compromissos e acelerar iniciativas, mas também é um momento de reflexão, não só para stakeholders e Governos, mas também para as pessoas”. Esta é a posição de Ana Barbosa, sustainability manager da IKEA Portugal, que interveio no webinar “A caminho da COP 26 – Vamos construir um futuro melhor”, promovido pela empresa de mobiliário que pertencente ao Grupo Ingka.

Foi precisamente no consumidor e no papel que este pode ter que a responsável se centrou: “A maioria das pessoas quer fazer alguma coisa, mas não sabe como: não sabem em quem confiar, não sabem por onde começar e, muitas vezes, não podem pagar mais pela sustentabilidade”. Por isso, cabe a uma empresa como a IKEA, que assinou o Acordo de Paris e que está comprometida com as metas de 2030, registando sucessos e fraquezas, comunicar no sentido de “descomplicar” a vidas das pessoas: “Até 2030, queremos ajudar a inspirar mil milhões de pessoas a viver melhor, de forma mais saudável e sustentável”. E, tal só se faz com “informação, inspiração, produtos, soluções e serviços” que ajudam a simplificar e, ao mesmo tempo, sejam económicos: “Ao oferecermos um prédio que é feito por materiais mais sustentáveis e que permite poupar água em casa, esse ponto não é mais caro: é acessível”. A isto, acresce que, muitas vezes o resultado, torna-se ainda mais frutuoso: “Os hábitos mais sustentáveis trazem poupança ao planeta e ao orçamento”. Também até 2030, a IKEA quer ter, ao nível da operação, um impacto positivo no clima e afirmar-se com um negócio circular: “Queremos reduzir mais emissões do que aquelas que emitimos, isto é reduzir drasticamente as emissões da nossa cadeia, desde as matérias-primas até ao fim de vida produto”. Este é um objetivo que vai além da operação interna: “Queremos influenciar fornecedores e consumidores a reduzir as emissões”, refere.

Relativamente aos desafios, Ana Barbosa reconhece que, ao contrário da área da eficiência energética ou das energias renováveis, onde existem soluções tecnológicas e investimentos rentáveis, o mesmo não acontece na área da economia circular: “Temos desafios que ainda não nos dão todo o mapa estratégico até 2030”. Esses desafios traduzem-se, segundo a responsável, na “infraestrutura de reciclagem de alguns materiais” como, por exemplo, “a dificuldade de se reciclarem sofás e colchões”, na “valorização de alguns materiais que são enviados para reciclar” ou na mobilidade dos resíduos: “São precisas infraestruturas e soluções para conseguimos dar os passos necessários e acelerar até 2030”.

Neste processo, há uma certeza: “Não é possível uma empresa fazer isto sozinha”, remata.