Instalação de projetos de renovável offshore em Portugal não abrange critérios ambientais, alerta ANP/WWF

“A agenda da transição energética em Portugal é muito relevante e tem o nosso apoio, mas não pode ser desenvolvida prejudicando outra agenda ainda mais importante: a da proteção da biodiversidade e a conservação e restauro da Natureza” – é assim que se posiciona a ANP/WWF em relação à transição energética em Portugal, mais concretamente sobre a instalação de projetos de renovável offshore.

O novo relatório do European Policy Office da WWF – “Blowing in the Wind” – apresenta uma análise da situação e perspetivas para o desenvolvimento da energia eólica na União Europeia e conclui que as projeções dos Estados-Membros estão globalmente em conformidade com o novo objetivo de 42,5% da Diretiva Energias Renováveis. No entanto, subsistem desafios, uma vez que os Estados-Membros terão de mais do que duplicar a sua capacidade de produção de energia eólica e triplicar a sua implantação anual, passando de 16 GW em 2022 para 44 GW em 2030. Apenas 10 Estados-Membros estão em conformidade com o cenário ideal da UE: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Itália, Lituânia, Países Baixos, Portugal e Suécia.

No caso português, a ONGA alerta para o facto de os processos para definição das áreas que estarão disponíveis para a instalação de projetos de renovável offshore não incluírem ainda critérios ambientais e sociais claros, que permitam a redução de impactos e salvaguarda da biodiversidade, nem promovem a inovação e participação dos cidadãos no processo.