Investimento em renováveis na Europa cai 18% em 2015

Os investimentos em energias renováveis caíram na Europa 18% em 2015, ficando nos 60 mil milhões de dólares (55 mil milhões de euros), segundo especialistas da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena). “A fraqueza contínua da economia europeia provocou uma queda significativa dos investimentos”, declarou Michael Taylor, especialista financeiro da Irena, no segundo e último dia da assembleia geral da organização intergovernamental, em Abou Dhabi, citado pela Lusa.

“A Europa foi ultrapassada pelos Estados Unidos”, lembrou, adiantando que “a China continua igualmente a investir”. O especialista acrescentou que “em 2015, os investimentos na China cresceram 17% para 111 mil milhões de dólares, isto é, para 102 mil milhões de euros”.

Entretanto, o estudo “Benefícios económicos das energias renováveis”, elaborado pela Irena, que foi apresentado na assembleia geral, refere que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial cresceria 1,1% se a geração de energia renovável aumentasse para 36% no ‘mix’ energético global.

O estudo analisa o impacto que teria na economia mundial a duplicação da percentagem de geração de energia renovável em 2030, face aos níveis de 2010.

O aumento para 36% da geração de energia renovável em 2030 levaria à criação de 24,4 milhões de novos empregos no setor das energias renováveis, quando o setor emprega 9,2 milhões de pessoas.

Dos 24,4 milhões de novos empregos que se prevêem vir a existir em 2030, nove milhões seriam criados no setor dos biocombustíveis, 6,4 milhões no setor da energia solar, 5,5 milhões na área da energia hidráulica, entre outros.

O aumento da geração de energia renovável implicaria também uma “notável redução” da energia produzida a partir do carvão, petróleo e do gás por parte dos países, da qual beneficia, em particular, a União Europeia.

“Esta nova análise diz-nos que a tão necessária transição energética não só serviria para lutar contra a alteração climática, bem como estimular também o crescimento económico e a criação de emprego”, salientou o diretor da IRENA, Adnan Amin, na apresentação sábado do estudo.