ISQ usará dinheiro do PRR para impulsionar sustentabilidade dos setores da energia, aeronáutica e ferrovia

O ISQ está envolvido em dez agendas mobilizadoras no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), num total de 20 milhões de euros, e intervirá em setores prioritários da sua atuação, como a Energia, Indústria, Aeronáutica, Aeroespacial, Ferrovia e Ambiente.

“A nossa participação assume uma importância estratégica e está focada no desenvolvimento de novas soluções, com o intuito de gerar serviços inovadores para o mercado bem como a criação de novos postos de trabalho qualificados nestes setores e soluções ambientalmente sustentáveis, ao longo do período de execução das Agendas, ou seja, até ao final de 2025”, sublinha Pedro Matias, presidente do ISQ.

No âmbito do setor aeroespacial, o grupo integra a agenda New Space Portugal que vai estabelecer, pela primeira vez no país, a capacidade para conceber, desenvolver e produzir satélites completos, payloads e oferecer serviços transacionáveis de alto valor acrescentado, baseados na exploração de dados da observação da Terra a partir do espaço, impulsionando a cadeia de valor nacional para responder a um mercado em rápido crescimento mundial. A par disso, vai expandir o portfólio de produtos e serviços do operador de satélites português (GEOSAT), consolidando a sua posição nos mercados europeu e global, e de empresas nacionais focadas em aplicações práticas dos dados de satélite (downstream), criando uma oferta de alto valor agregado com foco no mercado.

No caso do setor aeronáutico, a Agenda Aero.Next Portugal propõe-se a reforçar o posicionamento do país na cadeia de valor e consolidar o cluster que lhe está associado por via de produtos completos, complexos e de elevado valor acrescentado. Para tal, vai assegurar o domínio de Portugal ao longo das fases de conceção, desenvolvimento, industrialização e comercialização, tornando o país num relevante centro de decisão aeronáutico, reduzindo assim a sua dependência face ao exterior. Pretende-se criar um ecossistema aeronáutico alicerçado num forte conhecimento do mercado e nos paradigmas da transição digital e da transição climática. O ISQ irá participar ao nível de ensaios de compatibilidade eletromagnética, através dos seus laboratórios, fazer caracterização de materiais compósitos e ensaios da célula de combustível.

Ao nível da indústria, o pacto ECP assume-se como uma proposta integradora e transversal para os setores da Cerâmica e do Cristal (setor estratégico da economia nacional), orientada para os seus fatores críticos de competitividade e visando uma melhoria do posicionamento internacional. Com foco em quatro áreas temáticas centrais – sustentabilidade, energia, economia circular e simbiose industrial, transição digital e capacitação – aposta no desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços de elevado valor acrescentado, assente em novos modelos de organização industrial transectorial, assegurando deste modo uma progressão na cadeia de valor internacional. As valências no ISQ nesta agenda prendem-se com serviços no âmbito do hidrogénio, da eficiência de recursos e da transição digital.

Outro caso é a indústria do fabrico aditivo, com características únicas que faz com que possa ser adotada num vasto conjunto de setores, permitindo a produção de produtos customizados e de alto valor acrescentado e económica e socialmente sustentáveis. A agenda INOV.AM visa o desenvolvimento em várias áreas de intervenção que incluem: novos materiais, processos avançados de fabrico aditivo, processos avançados de pós produção, automação avançada e software de controlo, novos produtos, formação e capacitação de recursos humanos. O ISQ contribui nesta agenda com a experiência que possui em fabrico aditivo metálico, dando apoio a indústrias de construção e reparação de moldes, bem como desenvolvendo ações de formação de recursos humanos no campo da fabricação aditiva.

Em matéria de energia, visa-se o desenvolvimento de um cluster industrial altamente inovador para a produção de biocombustíveis sustentáveis à base de hidrogénio verde e matérias-primas residuais. Neste contexto, o projeto centra-se na implementação e operação de uma nova unidade industrial no Porto de Setúbal, que incluirá a produção de energia a partir de fontes renováveis (solar e eólica), hidrogénio verde e biocombustíveis avançados. O projeto irá contribuir para uma redução de cerca de 94% de emissões de GEE e o grupo ISQ prestará um serviço diferenciador e inovador na análise de mecanismos de degradação dos materiais e na monitorização contínua com recurso a metodologias de diagnóstico não destrutivo e também com recurso à inteligência artificial em estruturas de armazenamento de hidrogénio.

Ainda neste setor, a agenda ATE – Aliança para a Transição Energética, o ISQ irá participar em 15 projetos, dois dos quais na área do hidrogénio. Neste caso, pretende-se colocar Portugal na liderança da descarbonização da sociedade, tirando partido da nossa disponibilidade única de fontes de energia renováveis e do nosso know-how tecnológico e científico no domínio da Energia. O grupo oferecerá formação avançada, certificação, inspeções, testes e ensaios.

Na ferrovia, pretende-se desenvolver em Portugal a capacidade produtiva de vagões inteligentes para mercadorias, aumentando a capacidade produtiva nacional para o seu fabrico, como resposta aos desafios tecnológicos e lacunas de mercado do nosso setor ferroviário. Irá contribuir para sustentabilidade e competitividade da ferrovia nacional, dinamizando esta indústria e criando emprego qualificado. O ISQ irá participar ao nível de testes, inspeção, apoio à certificação e qualificação de recursos humanos.

Em matéria de ambiente, a Agenda ILLIANCE pretende reduzir as emissões globais de dióxido de carbono, apostando na transição energética no setor da climatização. Em causa está a criação de um ecossistema de projetos integrados com a tónica da neutralidade carbónica associada ao setor dos edifícios, os quais representam 40% das emissões globais de CO2. Estima-se que sejam criados 85 novos produtos, que o projeto venha a incorporar 22% de energias renováveis e que sejam criados 480 novos postos de trabalho diretos e 900 indiretos, havendo ainda uma melhoria de qualificação dos recursos humanos. O ISQ contribuirá com a sua experiência em instalações e inspeções técnicas, bem como ao nível do desenvolvimento de um simulador inteligente para apoio à reabilitação energética de edifícios.