Linha circular do Metro: “São milhões de novos passageiros no metro e menos 5 mil toneladas de CO2 em cada ano”

Decorreu esta quarta-feira, dia 14 de abril, a sessão de assinatura do auto de consignação do “Lote 1” do Plano de Expansão do Metropolitano de Lisboa para o prolongamento das linhas Amarela e Verde – Rato (da linha Amarela) à estação Cais do Sodré (da linha Verde).

“Esta linha circular cuja a obra hoje começa vai ser estruturante nas deslocações da capital e em toda a Área Metropolitana de Lisboa”, começou por dizer João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, destacando que por estar no centro da cidade é “aquela que melhor serve quem vem para Lisboa a partir de uma parcela expressiva dessa área metropolitana”. Apesar dos “muitos passos dados” para dotar a AML com um “sistema de transporte mais eficiente”, o ministro do Ambiente chamou a atenção para a importância de não haver ilusões: “Falta ainda muito investimento”.

Na sua intervenção, Matos Fernandes felicitou todas intervenções feitas pelo atual Governo que em muito contradiz os “tempos de direita” em que os “transportes coletivos eram um fardo” de que queriam se desafazer a qualquer preço: “Se tal se tivesse concretizado nunca teria havido investimento nos transportes coletivos”. O PART (Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes), que trouxe, em “menos de um ano, mais 10% de passageiros para o sistema de transportes coletivos”; a “municipalização da Carris” e a “possibilidade de criação de empresas metropolitanas de transporte”, permitindo às Áreas Metropolitanas decidirem o futuro da sua mobilidade; e o “apoio do Governo à aquisição de 704 autocarros de elevada performance ambiental” são alguns dos investimentos destacados por Matos Fernandes.

Mesmo com as quebras registadas na procura devido à pandemia da Covid-19, o metro nunca parou: “A operação manteve sempre e isso é muito devido ao coletivo dos trabalhadores da empresa. Nunca paramos e nunca deixamos servir”, reforça. E apesar de, atualmente, o número de passageiros estar ainda reduzido, Matos Fernandes está otimista, até porque “o metro de Lisboa tem um contributo decisivo” no que à redução das emissões diz respeito: “São milhões de novos passageiros no metro, menos utilizadores de transportes individual na cidade e menos 5 mil toneladas de CO2 em cada ano”.

[blockquote style=”2″]O metro não vai parar, pelo contrário, vai alargar-se[/blockquote]

Por seu turno, António Costa, primeiro-ministro, vinca que a obra que hoje arranca é muito mais do que “dois quilómetros” ou do que duas novas estações: “Esta linha circular serve todas as outras linhas e permite uma melhoria do desempenho do Metropolitano em toda a sua rede”. Aliás, esta obra é um “importante sinal de política económica”, precisa, lembrando que há 10 anos, quando o país enfrentava a anterior crise, a decisão tomada foi “parar todas as obras que estavam em curso”. E, mesmo passada a crise, “a cidade recuperou, recomeçou a crescer e o metro continuou parado”, um “erro para a cidade, para o ambiente e para a economia”, lembra. Por isso, desta vez, a decisão do atual Governo foi de “não só não parar nenhum investimento”, mas de “acelerar todos os investimentos” e, mesmo na “maior crise sanitária, económica e social das últimas década, o metro não vai parar, pelo contrário, vai alargar-se”, assegura.

Depois, há um compromisso e Portugal quer se neutro até 2050: “Sabemos que chegar à neutralidade carbónica passa essencialmente pelas cidades, porque elas são 75% dos pontos de emissão de gases com efeito de estufa”, e que “para vencer esta batalha nas cidades há duas frentes de trabalho fundamentais: melhorar a eficiência energética dos edifícios e assegurar a sustentabilidade do sistema de mobilidade”, precisa.

António Costa destacou ainda a importância dos investimentos no transporte público serem acelerados o quanto antes: “Cada decisão de linha de metro leva muito tempo a ser concretizada e ser incorporada na vida diária de todos cidadãos”.

Com um investimento de 210.2 milhões de euros, este prolongamento, para além de servir áreas da cidade anteriormente não cobertas pelo Metropolitano de Lisboa reforça a oferta dos atuais e potenciais utilizadores de transporte coletivo que se deslocam entre Lisboa e Cascais, na margem norte da Área Metropolitana de Lisboa (AML), e entre Lisboa e Almada/Seixal/Montijo, por estes concelhos disporem de ligações diretas ferroviárias e fluviais ao Cais do Sodré.

Dentro das obras de expansão do Metro de Lisboa incluem-se mais duas etapas. No Lote 2, será feita a ligação entre a nova estação de Santos e o final da atual estação do Cais do Sodré, uma obra que segundo Matos Fernandes arrancará ainda este ano. E no Lote 3, segundo a Metro de Lisboa, serão construídos os viadutos sobre a Rua Cipriano Dourado e sobre a Av. Padre Cruz, na zona do Campo Grande, prevendo a ampliação da estação do Campo Grande para Nascente.