Lisboa é palco da maior conferência sobre os Oceanos

Entre os dias 27 de junho e 1 de julho, decorre, em Lisboa, a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas. Coorganizada por Portugal e pelo Quénia, este encontro que tem como tema “Salvar os Oceanos Proteger o Futuro” constitui uma oportunidade única para impulsionar um esforço coletivo e encontrar soluções científicas baseadas na ciência para os desafios que os oceanos enfrentam atualmente.

“Queremos que (a Conferência) seja um ponto de viragem na nossa relação com os oceanos e na governação global deste sistema que é fundamental para a estabilidade climática na terra: ocupam mais de 70% da superfície do planeta, 90% da biodiversidade, produzem 50% do oxigénio e 14% dos alimentos”, disse António Costa e Silva, ministro da Economia e do Mar. Numa sessão de apresentação da Conferência dos Oceanos, realizada, recentemente, o ministro deixou o alerta sobre o atual estado dos oceanos: “Estamos hoje em fase de um grande doença que se reflete num aquecimento significativo, nos desaparecimentos de calotes polares e da biodiversidade a uma escala nunca antes vista e na acidificação”. Estes múltiplos efeitos levaram António Costa e Silva a alertar para a necessidade de um “quadro” de responsabilidade e ação: “Precisamos de ação para mudar a nossa relação com os oceanos”.

De segunda a sexta-feira, vários chefes de Estados e de Governo em conjunto com líderes do setor privado, da comunidade científica e outros parceiros juntar-se-ão nesta Conferência para definir um novo caminho que assegure a proteção e a conservação dos oceanos e dos seus recursos.

Citando o relatório Estado do Clima Mundial de 2021, da Organização Meteorológica Mundial, em 2021, os oceanos atingiram os níveis mais quentes e mais ácidos de que há registo. “As emissões de carbono das atividades humanas estão a causar o aquecimento dos oceanos, a sua acidificação e a perda de oxigénio, o que, por sua vez, ameaça os organismos e os ecossistemas e impactam negativamente a segurança alimentar, o turismo e a economia”, refere uma nota Organização Nações Unidas, a propósito da Conferência dos Oceanos.

Para além das sessões plenárias, realizar-se-ão oito diálogos interativos, com enfoque num largo leque de questões ligadas aos oceanos: “desde a poluição marinha à promoção de economias assentes nos oceanos, do crescente conhecimento científico à partilha de tecnologia marinha”. Estes diálogos vão proporcionar aos indivíduos e às comunidades oportunidades de selar compromissos arrojados para se avançar na ação pelos oceanos.

O programa oficial conta também com quatro eventos especiais, focados na juventude, na economia azul sustentável, na interligação das águas doce e salgada e na ação dos oceanos, a nível local e regional.

Ao longo destes cinco dias, estão esperadas mais de 7 mil pessoas de mais  de140 países e 38 agências especializadas e organizações