Lisboa está comprometida com a “habitação acessível” e com a “descarbonização do setor da construção”

A VII Semana da Reabilitação Urbana (RU) de Lisboa representa um “momento único” para a capital portuguesa: “Permite partilhar as perspetivas para o futuro próximo numa área tão importante como é a construção e a reabilitação”. Quem o disse foi Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, na sessão de abertura do evento, reiterando que 2021 é um ano importante não só pela “disponibilidade de recursos” que o país vai ter em várias linhas, como também, pela “importância acrescida que vamos ter que dar às matérias da sustentabilidade”. E se há lição que se deve retirar desta pandemia, segundo o autarca, é que “não podemos sair da mesma”, vendo agravados os “problemas de sustentabilidade” que já existiam antes.

Assim, há desafios que os mercados da construção e reabilitação urbanas vão enfrentar nos próximos anos. Um deles centra-se na promoção da habitação acessível: “Todos os sinais apontam para que continuemos a viver na cidade de Lisboa um período com dinamismo no mercado imobiliário (…) e, por isso, o mercado estará sensível a uma pressão sobre os preços da habitação”. Tal dinamismo, reforça Medina, coloca o desafio de se “prosseguir” e “acelerar” os “esforços dirigidos à promoção de habitação acessível” para jovens e classe média. Um bom exemplo disso é o reforço do “programa acessível de promoção pública direta” e também a oportunidade de um “novo mercado” que se abre: “A reabilitação e construção nova para arrendamento e dirigido a estes segmentos”, destaca. Para o autarca, estes reforços são da maior importância para se responder aos desafios que a cidade enfrenta e para se assegurar a sustentabilidade social: “Os territórios ou se organizam como resposta às necessidade múltiplas ou, então, falharão num elemento central de assegurar que a população tenha condições dignas de habitação”. Outro dos desafios tem que ver com a necessidade de se intensificar os esforços relativos à descarbonização do setor da construção. E isso significa “conseguirmos melhorar a eficiência energética dos edifícios e inovar, relativamente a materiais e técnicas de construção”. Já na construção nova, os objetivos têm que ser mais ambiciosos, com “a possibilidade de cada edifício ter capacidade de quase se autossustentar do ponto de vista das emissões carbónicas”, exemplifica. No desafio da descarbonização, Fernando Medina destaca que Lisboa já tem em marcha vários projetos: “Os resultados que temos conseguido na construção nova são entusiasmantes”. Por isso, “prosseguir, ampliar e intensificar estes esforços e políticas” é fundamental, defende o autarca, deixando o compromisso de que, sobre a dimensão da reabilitação urbana e da qualificação do espaço público, o trabalho desenvolvido pelo município vai continuar, enquanto “elemento essencial” da “melhoria da qualidade vida”, das “condições de habitabilidade”, mas também da “valorização do património e do edificado” que é construído e reabilitado.

“Muitas novas praças em cada bairro podem nascer e muitas ruas e avenidas requalificadas podem aparecer. Este esforço de transformação de uma cidade construída na base do automóvel para uma cidade construída na razão e na medida das pessoas e suas necessidades é um processo que irá continuar com um investimento significativo”, assegura.

A VIII Semana RU de Lisboa começou hoje e termina quinta-feira. O evento decorre em formato híbrido e é organizada pela publicação Vida Imobiliária, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, contando, este ano, com o Portal da Construção Sustentável como parceiro estratégico.