Lisbon Green Gas Summit: a importância da ação restaurativa dos gases renováveis

A conferência Lisbon Green Gas Summit realizou-se, esta quinta-feira, em Lisboa, estando a discussão dedicada ao tema “Por um mundo melhor – da sustentabilidade à ação restaurativa”. O ponto de partida é a sustentabilidade, mas o desafio deixado às empresas, e à sociedade em geral, é que estas evoluam para o conceito de restauração do ambiente, colmatando o impacto que a produção e o consumo de energia podem provocar nele.

O encontro contou com a presença de especialistas nacionais e internacionais dos setores públicos e privado, pensadores e decisores-chave na área da energia, especialmente dos gases renováveis, do ambiente e da sustentabilidade. A organização esteve a cargo da Dourogás, em conjunto com a Sonorgás e a International Gas Union.

“Todos os setores da economia, em especial o da energia, deverão estar comprometidos com a ambiciosas metas fixadas para a neutralidade carbónica e redução da emissão de gases com efeito estufa, adotando medidas para reduzir os consumos sem perder eficiência energética e económica”, refere a Dourogás, num comunicado enviado à imprensa.

No documento, a empresa energética acrescenta que “o futuro passa pela apresentação de alternativas ‘ainda mais amigas do ambiente’, e que ultrapassem a sustentabilidade”.

De seguida, refere que, “numa altura em que as políticas públicas ainda estão a trabalhar para que as alternativas de eficiência energética apresentadas sejam trabalhadas em conjunto com o objetivo de alcançar os melhores resultados possível”, é preciso passar pelo problema da “consciencialização e literacia sobre o que verdadeiramente implica a transição energética”.

Na Lisbon Green Gas Summit esteve presente Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e Ação Climática, que, na sessão de abertura, disse: “O biometano e o hidrogénio são absolutamente estratégicos para alcançar objetivos de descarbonização até 2030”. Entretanto complementou que, atualmente, “temos a vantagem de poder produzir de forma descentralizada estes dois gases. Parte desta riqueza pode ser distribuída pelo nosso território“.

A segunda fase de apoio à produção de hidrogénio já arrancou e prevê um investimento de 83 milhões de euros. Neste momento, Portugal tem 25 contratos assinados para a produção de biometano e hidrogénio a nível nacional, e um montante de 100 milhões de euros em apoios para produzir, até ao final do ano, 113 MW de gás renovável.

No âmbito da sua intervenção, o ministro do Ambiente referiu ainda que, “quanto ao hidrogénio, o novo Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) 2030, que está em processo de revisão e deverá ser apresentado até junho, a pedido da Comissão Europeia, prevê que sejam instalados 2,5 GW de eletrolise em Portugal para a produção de hidrogénio verde”.

“Além disso”, referiu, “estão alocados nove mil milhões de euros em investimento em novos projetos nestes setores”. “A produção de hidrogénio verde e produtos associados – amoníaco verde, metanol verde, aço verde, combustíveis sintéticos – a preços competitivos pode constituir a base para um reforço de mercado europeu de energia, com Portugal a passar da posição de importador de combustíveis para a posição de exportador europeu de referência”, finalizou.

Nuno Afonso Moreira, CEO da Dourogás, interveio na conferência garantido que, “no final de março, a empresa importou e injetou 1 GWh de biometano, permitindo que, mais de 1.000 camiões por dia possam ser abastecidos com gás 100% renovável”.

Para Nuno Afonso Moreira, este é um “momento histórico” para o setor da mobilidade pesada de mercadoria. “No segundo semestre faremos novos reforços de biometano na rede e é expectável que, até ao final do ano, a atividade de mobilidade da Dourogás seja feita totalmente à base de gases renováveis”, garantiu.

A Lisbon Green Gas Summit decorreu no dia 18 de maio, na capital. A Dourogás refere, no comunicado, que, ao longo do dia, foram discutidos temas como a energia e a transição energética, os gases renováveis e a economia circular, a indústria, os transportes pesados de mercadorias e coletivos, os terrestres e marítimos, mais eficiência nas cidades, regulamentação, distribuição.