LNEC: “A sustentabilidade é o novo imperativo em todas as abordagens para a melhor estratégia da abordagem ambiental”

O debate em torno da sustentabilidade nunca esteve tanto na ordem do dia como atualmente. Moldar o futuro em prol da sustentabilidade é, talvez, um dos maiores desafios que a sociedade enfrenta. Foi em torno desta temática que a APEMETA (Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais), promoveu um webinar sobre “Ambiente em Portugal: Tendências – Cooperar e Coopetir para a Sustentabilidade”.

Numa reflexão sobre “Repensar as cidades – os aspetos-chave para assegurar a sustentabilidade”, Celeste Jorge, representante do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), iniciou a sua intervenção, destacando que a sustentabilidade é o “novo imperativo em todas as abordagens para a melhor estratégia da abordagem ambiental”. São três os eixos onde a sustentabilidade atua: social, económico e ambiental.

Uma vez que é de cidades que se fala, Celeste Jorge atenta que, a nível ambiental, há uma necessidade de diminuir as emissões, aumentar a reciclagem dos materiais e promover a eficiência da água. Por outro lado, há ainda a necessidade de promover a reutilização e utilização de energia renovável e minimizar a geração de resíduos, isto é, perturbar o mínimo o habitat. No eixo económico, a responsável destaca a importância de se facilitar a realização do solo, assim como na recuperação de áreas que foram utilizadas para fins menos próprios. Por fim, na vertente social, são de extrema importância a preservação do espaço verde e o apoio que deve ser dado às comunidades.

Virando a página para o grau de intensidade que se tem verificado ao nível de eventos extremos, nos quais se inclui a pandemia da Covid-19, Celeste Jorge evidencia os impactos mais nefastos para o planeta como as alterações climáticas com secas cada vez mais frequentes e duradouras, intercaladas com episódio de precipitação concentrada no tempo altamente nocivos e destruidores. Já as ondas de calor resultam de secas ou episódios isolados e são um risco para diferentes espécies, assim como os incêndios florestais, causados pelas secas, que invadem as áreas urbanas e provocam perda de património e mortes. Com base em vários estudos e análises que têm vindo a ser feitas no âmbito dos riscos dos eventos extremos, a representante do LNEC partilha três das possíveis soluções que devem estar assentes na gestão dos mesmos, nomeadamente as “parcerias”, a “investigação” e a “inovação”. E porque as soluções baseadas na natureza tendem a minimizar o agravamentos e as consequências dos ventos extremos, Celeste Jorge destacas as infraestruturas verdes (florestas, as zonas húmidas, parques, paredes e telhados verdes): “São oportunidades de emprego que advém de novas indústrias ou serviços”. Também a União Europeia, em várias brochuras, atenta na importância da inovação estar em sintonia com a natureza: “As soluções baseadas na natureza são pensadas para trazer mais natureza e processos naturais para as cidades”. Ainda no tema “alterações climáticas”, a responsável lembra a necessidade de se aumentar a resiliência das cidades e, consequentemente, a qualidade do ar.

Em jeito de conclusão, Celeste Jorge reforça que o “planeamento”, o “uso do solo”, o “desenvolvimento”, a “implementação” e a “monitorização” das soluções baseada na natureza são uma mais valia para a geração de empregos que contribuem para a eficiência energética e a eficiência ambiental.