Loulé quer agentes locais mais envolvidos nas metas de desenvolvimento sustentável

Loulé organizou a sessão “ODS em Ação” para incentivar empresas, setor público, comerciais, juntas e escolas a juntarem-se ao plano de implementar os ODS definidos na Agenda 2030, aprovado em 2015.

A ideia a partir de agora é “subir um patamar” e envolver cada vez mais atores da sociedade civil nesta iniciativa coletiva, e esta atividade decorreu com esse mesmo intuito.

Depois de uma breve apresentação sobre o enquadramento dos ODS, David Avelar, da empresa “2Adapt” e da plataforma ODS Local, foi o moderador de uma mesa-redonda onde estiveram três representantes de setores distintos: Ana Antunes, do MarShopping, Renata Afonso, da Escola Secundária de Loulé, e Ana Arsénio, da Associação In Loco.

Três áreas com características diferentes mas que mostram o mesmo empenho em envolver-se na política de desenvolvimento sustentável: “pertencemos a uma empresa que tem no seu ADN gerir impactos positivos na vida das pessoas. Por isso desenvolvemos tantos projetos sob o ‘umbrella’ da sustentabilidade”, explicou a diretora do Mar Shopping.

Mas, como adiantou Ana Antunes, também em áreas como a Saúde (ODS 3) com a realização de rastreios gratuitos à próstata ou ações de prevenção de cancro da mama, ou as práticas ambientais que visam mitigar os efeitos da ação climática (ODS 13), como a reciclagem de biorresíduos em todo o setor da restauração do centro comercial, merecem a atenção desta grande superfície.

Na Escola Secundária de Loulé, um “ecossistema” privilegiado para difundir os ODS junto dos jovens, estas preocupações começaram a ser mais evidentes desde que foi criado o Gabinete da Sustentabilidade, em 2011. Com este historial, não é de estranhar que os ODS tenham sido “muito bem aceites, tanto pelos alunos como pelo corpo docente”. Mas é sobretudo nas atividades extracurriculares que esta temática é mais trabalhada pelo que é precisamente para levá-la para a esfera curricular que a Secundária de Loulé será a primeira escola do Algarve com um projeto educativo onde estão inscritos os ODS, “já a partir do próximo ano letivo”

Da parte da Associação In Loco, a maior dificuldade na implementação dos objetivos passa, em alguns casos, pelo facto de a associação estar muitas vezes dependente de “um finamento a curto prazo”, o que nem sempre se coaduna com “a velocidade dos processos”. Sendo uma associação instalada em plena serra algarvia, a “capacitação e formação de mulheres neste contexto rural” tem sido um dos trabalhos mais evidentes pelo que os ODS 4 (educação de qualidade) e 5 (igualdade de género) estão presentes.

Na opinião do autarca Vítor Aleixo, “uma boa ação de concretização dos ODS não é coisa que deva ficar nos limites das organizações públicas”, devem envolver-se “escolas, associações, empresas, toda a comunidade”. “Temos que dar a palavra às pessoas pois ninguém é dono deste tema. O nosso papel é um pouco o de seduzir Agradeço que se envolvam, podem contar com a Câmara de Loulé como nós contamos convosco para concretizar aquela que é uma tarefa global”, aludiu.