Maior metalúrgica do mundo vai utilizar micróbios do intestino dos coelhos para diminuir as emissões

A maior produtora de aço do mundo vai investir 87 milhões de euros para transformar um dos gases que contribui para o aquecimento global em combustível através de uma nova tecnologia que recorre a micróbios, originalmente encontrados nos intestinos dos coelhos. A tecnologia foi desenvolvida pela empresa de bioengenharia LanzaTech e vai ser instalada na fábrica de Gent, na Bélgica, da ArcelorMittal. O mecanismo consiste no uso do micróbio Clostridium para capturar o monóxido de carbono e transformá-lo em etanol, que funcionará posteriormente como combustível.

 

Espera-se que a fábrica de Gante produza cerca de 47.000 toneladas de etanol por ano, que poderá depois ser vendido como um subproduto da produção de aço e usado em carros e aviões, escreve o The Guardian. Embora o monóxido de carbono não seja considerado um gás com efeito de estufa directo, pode provocar concentrações elevadas de ozono na primeira camada da atmosfera, contribuindo assim para as alterações climáticas.
A implementação da nova tecnologia na fábrica de Gent da ArcelorMittal vai arrancar no final deste ano, mas a produção de bioetanol apenas deverá começar em 2017. Se com o projecto-piloto se provar a viabilidade económica do projecto, a tecnologia poderá ser estendida a todas as restantes fábricas da produtora de aço. A ArcelorMittal tem 19 fábricas espalhadas pelo mundo e produziu 93,1 milhões de toneladas de aço em 2014.