Matos Fernandes reforça a importância de ser aprovada a Lei do Clima na Europa

“A Europa apesar das suas fragilidades tem uma enorme capacidade para liderar pelo exemplo e pela inovação. A Europa tem de ser líder de um processo em que se comprometa com as metas ambientais, ao mesmo tempo que se reforçam os processos de criação de riqueza e bem-estar, de justiça social e de fomento de oportunidade de negócio e de realização individual”.

Este foi o ponto de partida para João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, reforçar a importância de ser aprovada a Lei do Clima na Europa: “Aprovemos depressa a Lei do Clima com a consciência clara do que esta comporta e que vai para além das questões climáticas”. E se “a guerra não pode ser só dos militares e a saúde não pode ser só dos médicos e enfermeiros”, o ministro do Ambiente é perentório: “A sustentabilidade não é só uma coisa de ambientalistas e de ministros do Ambiente. A estes, exige-se liderança mas, mais importante, é o compromisso que se pode e deverá ter com todos os outros”.

Na sessão de encerramento da conferência internacional “Alterações Climáticas – Novos Modelos Económicos”, realizada, esta sexta-feira, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, o chefe da Pasta do Ambiente lembrou que o combate às alterações climáticas “nunca pode ser dissociado” do bem-estar de todos as espécies, inclusive a humana. E o caminho para um “mundo sem emissões” e que, ao mesmo tempo, “crie bem-estar e desenvolvimento para a espécie humana”, além de ser “urgente e necessário”, é possível: “Tudo começa com um compromisso (Acordo de Paris) e continua com a modelação do nosso modelo de produzir, de consumir, de agir e de distribuir riqueza”. Nesse caminho, é fundamental “reduzir definitivamente as emissões”, atenta, acreditando que para tal, é preciso concretizar tudo aquilo que já se sabe: “Acabar com o uso de combustíveis fósseis, ter edifícios mais eficiente do ponto de vista energético ou restaurar ecossistemas e florestas para aumentar a capacidade de sumidouro”. Mas, além disso, é também essencial colocar no “centro da ação” as “formas de produzir, consumir e usar”, percebendo que “os resultados só são atingidos se conseguimos desenhar e concretizar um projeto à escala global”, reconhecendo que “mais do que países, há continentes e subcontinentes”, onde o “grau de pobreza tem de diminuir e o grau de rendimentos aumentar”, alerta.

Como mensagem final, Matos Fernandes declarou: “O planeta que habitamos é pródigo mas sempre o usamos sem cuidar dos seus limites como se eles não existissem. Contudo, a biosfera é o único fornecedor que temos”. E por isso, “temos mesmo que fazer diferente. Temos de construir um mundo sem resíduos; uma economia que exclua a hipótese do descartável; uma economia que rejeite o desperdício e que se foque numa conceção de processos e produtos para a sustentabilidade”, remata.