Numa conversa com Anna Baldrís, Business Development Manager da Fujifilm Recording Media para Portugal e Espanha, a Ambiente Magazine questionou a importância do armazenamento seguro, eficiente e sustentável de dados a longo prazo – um tema cada vez mais estratégico para a economia digital e para as políticas de ciberresiliência e sustentabilidade empresarial.
Como se torna o mercado de dados mais sustentável e eficiente?

O mercado de dados torna-se mais sustentável e eficiente ao adotar tecnologias que reduzam o consumo energético, as emissões de CO₂ e a produção de resíduos eletrónicos. A Fujifilm contribui ativamente para esta transformação com soluções de arquivo baseadas em tape, como o FUJIFILM Kangaroo e o FUJIFILM Kangaroo LITE. Estas soluções permitem arquivar grandes volumes de dados durante mais de 30 anos sem necessidade de eletricidade constante, uma vez que apenas consomem energia durante os processos de leitura e escrita. Além disso, promovemos o uso de software de formato aberto para garantir a acessibilidade dos dados ao longo do tempo e evitar a dependência de tecnologias proprietárias.
Que impactos ambientais, por norma, tem este mercado?
O setor do armazenamento de dados, especialmente os centros de dados tradicionais, tem um impacto ambiental significativo. Estamos a falar de um elevado consumo energético, necessidade constante de refrigeração e ventilação, elevadas emissões de CO₂ e uma enorme geração de resíduos eletrónicos devido à substituição frequente de equipamentos. Estes centros estão sob grande pressão para reduzir a sua pegada ecológica e tornar-se mais eficientes, especialmente tendo em conta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e as metas climáticas da União Europeia.
Explique a solução que está a ser implementada em Portugal.
Em Portugal, a Fujifilm está a implementar a solução FUJIFILM Kangaroo LITE, uma proposta compacta e pronta a utilizar, ideal para organizações que necessitam de armazenar dados a partir de 100 terabytes. Trata-se de uma solução de secretária, altamente ergonómica, baseada na tecnologia de fita LTO, que se destaca pela segurança, durabilidade e consumo energético extremamente reduzido. A Kangaroo LITE inclui o software Fujifilm Object Archive, que utiliza um formato de escrita aberto e garante a integridade dos dados através de verificações automáticas. Para empresas com necessidades de armazenamento de grandes volumes de dados a longo prazo, a Fujifilm disponibiliza ainda a solução chave-na-mão FUJIFILM Kangaroo, com capacidades a partir de 1.000 terabytes.
Estas soluções estão orientadas para as necessidades de arquivo de entidades estratégicas como universidades, centros de investigação, organismos governamentais, instituições financeiras e empresas de media, permitindo-lhes preservar os seus dados de forma segura, sustentável e a baixo custo.
A Fujifilm já realiza relatórios de sustentabilidade?
Sim, a Fujifilm publica relatórios de sustentabilidade de forma regular, onde apresenta os seus compromissos ambientais, metas globais e progressos concretos. Estes relatórios são uma ferramenta fundamental para demonstrar transparência, responsabilidade social e ambiental.
Que resultados pode destacar?
Entre os resultados mais relevantes, destacam-se os avanços no desenvolvimento de produtos sustentáveis, como as soluções de armazenamento em tape com baixo impacto ambiental. A empresa investe entre 6% e 8% do seu volume de negócios anual em inovação, o que tem permitido criar tecnologias que ajudam a reduzir de forma expressiva o consumo de energia e as emissões de carbono nos sistemas de gestão e arquivamento de dados. Além disso, a Fujifilm tem feito progressos significativos na redução de resíduos industriais e no cumprimento das metas ambientais internas.
E que objetivos tem para os próximos anos?
A FUJIFILM Holdings Corporation anunciou novos objetivos de ação climática com vista à redução das emissões de CO₂, à medida que intensifica as suas iniciativas rumo a um futuro sem carbono. O Grupo FUJIFILM compromete-se a operar exclusivamente com energia livre de carbono e a atingir zero emissões líquidas de CO₂ até ao final do ano fiscal que termina em março de 2041 (AF2040). Além disso, irá reduzir em 50% as emissões de CO₂ ao longo de todo o ciclo de vida dos seus produtos — desde a aquisição de matérias-primas até ao fabrico, transporte, utilização e eliminação — em comparação com os níveis de 2019 (AF2019), até ao ano fiscal de 2030 (AF2030).
Para concretizar estes objetivos, a FUJIFILM lançou a nova estratégia ambiental do grupo, a “Green Value Climate Strategy”, que inclui a promoção do “Green Value Manufacturing” — uma abordagem de produção com menor impacto ambiental — e o fornecimento de “Green Value Products”, produtos com elevado desempenho ambiental.
A Fujifilm tem como objetivo continuar a liderar a transformação sustentável no setor da gestão de dados. Pretende alargar o acesso a soluções baseadas em formatos abertos e com baixo impacto ambiental, democratizando o armazenamento de longo prazo para organizações de todas as dimensões. A médio prazo, a empresa ambiciona apoiar a digitalização de acervos históricos e científicos, garantir a preservação segura e acessível de informação crítica e contribuir para a neutralidade carbónica dos centros de dados. Paralelamente, continuará a investir fortemente em inovação tecnológica e no desenvolvimento de novas soluções que combinem segurança, sustentabilidade e eficiência.