Ministro da Economia: “Portugal tem capacidade para ser competitivo” no setor da energia

Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, esteve ontem na abertura do Summit de Energia, iniciativa promovida no âmbito da Portugal Smart Cities Summit by Green Business Week, que termina esta sexta-feira, dia 13, no Centro de Congressos de Lisboa.

Durante a sua intervenção, o governante falou da actual política energética seguida pelo Governo “centrada na competitividade das empresas do setor”. Os esforços concertados por parte do executivo na análise de contratos e junto da entidade reguladora, sublinha Caldeira Cabral, têm contribuído para uma baixa de preços, tanto da eletricidade como do gás.

“Destes esforços tem resultado uma baixa importante de preços. Do gás, que baixou este ano pelo terceiro ano consecutivo, mais de 20% para as famílias e mais de 30% para a indústria. Em Inglaterra aumentou, em Portugal baixou. É um mercado global, façam as contas e percebam que a diferença dá muito trabalho”, realçou o ministro da Economia, que salientou ainda a baixa do preço da eletricidade, “pela primeira vez em 18 anos”.

Numa reflexão face ao momento que o setor energético atravessa, Caldeira Cabral sublinhou ainda que o Governo pretende continuar a apostar na área das energias renováveis. De acordo com o responsável, estão já “licenciados 800 megawatts de energia solar sem qualquer tipo de subsídios”. Além destes, encontram-se em processo de licenciamento mais mil megawatts de energia solar.

“Estes números demonstram que Portugal tem capacidade para ser competitivo. Desde o inicio insistimos que a energia solar em Portugal é viável sem subsidiação e o mercado deu-nos razão”, afirmou Caldeira Cabral, acrescentando que “falta trabalhar mais nas garantias de compras por parte de grandes empresas industriais que possam garantir estabilidade ao mercado”.

Por último, o ministro da Economia falou na aposta feita nas interligações energéticas que podem ajudar o setor a desenvolver-se no campo das exportações.

“Fator catalisador de progresso económico”
Por seu lado, Jorge Rocha de Matos, presidente da Fundação AIP, falou um pouco das tendências do setor da energia, tema de maior interesse na sociedade na medida em que é um “fator catalisador do progresso económico, tecnológico e social”.

Neste contexto, o responsável reconheceu que se têm “verificado transformações profundas na economia portuguesa”, fruto também “do vasto potencial” do setor para que empresas portuguesas se afirmem.

Numa conferência dedicada sobretudo ao contexto das novas cidades inteligentes, Rocha de Matos sublinhou ainda que, no contexto energético estão em causa três grandes desafios: “crescimento e eficiência; segurança nas explorações; e, sustentabilidade ambiental e financeira”.

Durante o Summit da Energia foram discutidos temas relacionados com a transformação digital do setor e com as concessões de baixa tensão.