MSC premiou projetos de investigação para promover progressos na pesca sustentável

Vinte pescarias e projetos de investigação de todo o mundo foram galardoados com até 70 mil euros pelo Ocean Stewardship Fund do Marine Stewardship Council (MSC), um fundo dedicado a promover e a apoiar a pesca sustentável a nível mundial, refere um comunicado.

Este ano, foram concedidos apoios à Sociedade Real para a Proteção das Aves (RSPB, Royal Society for the Protection of Birds) do Reino Unido, à WWF Índia e ao Fundo de Defesa Ambiental (EDF, Environmental Defense Fund), bem como a diversas pescarias nas Américas, na Europa, na Ásia e na Austrália. “Quase um quarto dos fundos concedidos destina-se a apoiar pescarias no hemisfério sul”, refere uma nota divulgada pelo MSC.

Este ano, o Ocean Stewardship Fund deu também especial atenção à “investigação sobre a segurança dos observadores de pescas”, dado o “papel fundamental que desempenham no fornecimento de provas e dados necessários para demonstrar se uma pescaria está a operar de forma responsável”, refere o MSC. Uma das ajudas deste fundo servirá para que a Saltwater Inc., uma empresa de formação e de colocação de observadores de pescas, em colaboração com a empresa de consultoria informática, Chordata LLC, possam criar uma plataforma de comunicações “One-Touch”. Com ela, os observadores de pescas poderão comunicar de forma segura com a sua base principal ou alertar os serviços de emergência caso se deparem com condições de trabalho inseguras.

Três outras bolsas, de acordo com o comunicado, irão financiar trabalhos de investigação para reduzir as capturas acidentais (a principal causa do declínio da biodiversidade) e, por sua vez, outros projetos centrados nas estratégias de captura por parte das pescarias e na melhoria da pesca de isco.

Entre os 20 beneficiários encontram-se:

  • A RSPB e a pescaria de peixe-lapa da Islândia ISF (Icelandic Sustainable Fisheries), que vão investigar se as boias bobbing (bobbing buoys) com olhos pintados são eficazes para manter as aves marinhas afastadas das redes de pesca. Poderia ser uma forma simples e de baixo custo para reduzir as capturas acidentais.
  • A associação de pesca Tuna Austrália, que vai procurar alternativas ao uso da pota-Argentina como isco, uma vez que esta espécie se encontra ameaçada pela pesca ilegal, não declarada e não regulamentada. Os resultados desta investigação serão muito importantes para a pesca do atum e do espadim na Austrália Oriental e para todas as pescarias que utilizem isco.
  • Um estudante de pós-graduação da Universidade IPB da Indonésia utilizará uma análise de DNA ambiental para identificar as espécies que são capturadas acidentalmente nas pescarias de caranguejo-azul do mar de Java. Os dados recolhidos serão fundamentais para o projeto de melhoria da pescaria (liderado pela APRI, a associação indonésia da pesca do caranguejo-azul), nos seus progressos rumo à sustentabilidade.

De acordo com o MSC, o Ocean Stewardship Fund também ajuda as pescarias que ainda se encontram nas fases iniciais de melhoria das suas práticas de gestão. Seis dos beneficiários, que receberão quase um quarto das subvenções (cerca de 180 mil euros), estão a trabalhar em projetos para melhorar as pescarias no hemisfério sul, tais como a pescaria de arrasto de camarão de águas profundas em Kerala, Índia, e as pescarias de caranguejo- azul na ilha de Madura, as pescarias de lula em Medan e as pescarias de pargo e garoupa no estreito de Macasar, na Indonésia.

Desde 2019, o Ocean Stewardship Fund concedeu 35 bolsas no valor de 1,5 milhões de euros. O MSC, por sua vez, espera que o impacto destes projetos contribua para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 da ONU: Proteger a vida marinha.