Nasceram duas crias de uma espécie extinta no Jardim Zoológico de Lisboa

O Jardim Zoológico de Lisboa viu nascer duas novas crias, fêmeas de Órix-de-cimitarra, uma espécie de mamífero da família Bovidae. Esta espécie está extinta desde 2000, o que vem reforçar a importância do seu nascimento.

“2016 começa com o reconhecimento do nosso trabalho diário em prol da conservação e educação ambiental. O nascimento destas novas crias vem confirmar que todos os esforços desenvolvidos para recriar o habitat natural estão a funcionar e os animais estão perfeitamente integrados”, referiu José Dias Ferreira, curador de mamíferos do Jardim Zoológico.

O Órix-de-cimitarra pode chegar até aos 200 kg e medir até 1,75 metros de comprimento. É conhecido pelos seus longos cornos, existentes nos machos e fêmeas, curvados para trás, que podem ir até cerca de 1,20 m de comprimento. Esta espécie vive em manadas de, pelo menos, dez indivíduos, sempre com a existência de um macho dominante. No habitat natural, bebe água sempre que a encontra mas, pode resistir meses sem a consumir diretamente, retirando-a apenas das plantas que consome. Procura alimento ao fim do dia e ao amanhecer, protegendo-se do calor mais intenso.

A extinção do Órix-de-cimitarra ocorreu devido a uma combinação letal entre a caça intensiva com armas modernas, longos períodos de seca, desertificação e a redução de habitat natural devido à expansão agrícola local e ao pastoreio de gado doméstico.

O Jardim Zoológico contribui, assim, “ativamente” para a conservação desta espécie em duas vertentes: “ex situ, sob cuidados humanos e in situ, no habitat natural”. Nesta última vertente , o apoio é financeiro e provém do seu Fundo de Conservação, que ajudará a criar no Norte de África – onde a espécie estava historicamente distribuída – “vários parques naturais para o estabelecimento de novos grupos desta espécie, na esperança da sua futura reintrodução na natureza”, lê-se em comunicado.