Neve dificulta acesso a zonas atingidas por novos sismos em Itália

A terra voltou ontem a tremer em Itália, com uma série de terramotos a atingirem o centro do país, já fustigado por tempestades de neve, deixando em pânico moradores que ainda não se tinham refeito dos abalos de agosto e obrigando ao fecho de centenas de escolas e do metro em Roma, informa esta quinta-feira o Diário de Notícias. “É uma catástrofe”, disse o presidente de uma das regiões atingidas.

O primeiro sismo de magnitude 5.3, foi sentido às 10h25 locais (9h25 em Lisboa). Seguiu-se um de 5.4 às 11h14 locais e cerca de 11 minutos depois foi registado um outro de 5.3, de acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia italiano.

Ao final da tarde, não havia relato de danos sérios ou vítimas mortais, apesar de várias pessoas terem abandonado as suas casas que acabaram por colapsar devido às estruturas fragilizadas pelos terramotos do ano passado . “Felizmente, até ao momento, não há vítimas, mas esta repetição de fortes sismos é alarmante para pessoas que já foram tão duramente atingidas”, disse ontem o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, que estava em Berlim.

As temperaturas de neve estavam a dificultar o acesso a zonas das regiões de Lazio, Marche e Abruzzo, impedindo um exame pormenorizado da situação. O que levou, adiantou o líder do governo, a chamar forças militares para ajudar as equipas de socorro. “É uma catástrofe. Os terramotos de hoje e a neve dos últimos dias causam enormes problemas, especialmente nas estradas, à situação dramática provocada pelo tremor de terra de agosto”, declarou ontem Luca Ceriscioli, presiente da região de Marche . “A falta de eletricidade causa sérios problemas a milhares de famílias que não sabem para onde ir ou onde ficar”, acrescentou. “Nem os telemóveis funcionam”, explicou Sante Stragoni, presidente da câmara de Acquasanta Terme, cidade duramente atingida pelo terramoto de 24 de agosto, que matou 300 pessoas.

Em Roma, uma cidade pouco habituada a sismos, várias prédios tremeram e a rede de metro foi encerrada, por precaução, durante várias horas. O mesmo aconteceu em escolas e museus.
Moradores perto do epicentro dos tremores de terra, registados a cem quilómetros para nordeste da capital italiana, correram para a rua. “Toda a gente está cá fora. Está muito frio e vento. Isto é absolutamente enervante. Estamos todos a tremer”, contou Lina Mercantini, residente na vila de Ceselli, na Úmbria, localizada a cerca de 80 quilómetros do epicentro.

De Bruxelas veio uma promessa de ajuda. “Proporcionaremos todo o tipo de esforços, instrumentos, ajuda à nossa disposição, porque penso que, nesta questão, tal como na questão da imigração, a Itália não pode ser deixada sozinha”, declarou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, adiantando que vai enviar o comissário da Ajuda Humanitária, Christos Stylianides.

*Foto de Reuters