NEYA Porto Hotel gasta menos 40 a 45% de água do que um hotel convencional 

NEYA Porto Hotel é a primeira e única unidade em Portugal com certificação LEED Gold (Leadership in Energy and Environmental Design). A inauguração oficial da unidade hoteleira e o descerramento da placa da certificação aconteceu, esta quinta-feira, 11 de maio, na presença de Rita Marques, Secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviço, e de Amin Herj, presidente do Conselho do grupo Largo Tempo SGPS, detentor dos NEYA Hotels.

Atribuída pelo U.S. Green Building Council, a certificação LEED tem como objetivo avaliar e creditar a construção ecofriendly , através de um sistema universal de parâmetros que atestam o desempenho ambiental e energético dos edifícios, desde o design à manutenção, passando pela construção e operação.

“Um sistema de grande reconhecimento internacional”, começa por sublinhar Ricardo Sá, representante da empresa Edifícios Saudáveis, acrescentando que o certificado surgiu há 20 anos e que já foi reconhecido pelas Nacões Unidas pelo seu “contributo positivo” que dá ao “projeto, construção e operação de edifícios”: “Atualmente, é aplicado em mais de 20 mil edifícios nos cinco continentes”. Em Portugal, chegou há 10 anos, mas num registo de “conta-gotas”: “O primeiro em 2010 e o segundo em 2013”. A NEYA Hotels foi, desde então, dos primeiros a tomar a decisão de usar este sistema. “Os resultado estão à vista: é o primeiro hotel a receber esta certificação e, na Península Ibérica só existem três”. Apesar de estarem em pipeline cerca de dez edifícios, o responsável felicita o grupo pelo momento em que tomou a decisão de avançar: “ Foi inovador na altura”.

Ricardo Sá

Os critérios rigorosos que levam o NEYA Porto Hotel a ser a primeira unidade, em território nacional, a receber o LEED Gold, tem que ver com o facto do hotel “usar menos 40 a 45% de água do que um hotel convencional”, além de que “75% da água que é usada para descargas das sanitas já foi usada nos chuveiros”, explica Ricardo Sá. Além disso, o edifício consegue “20% de poupança ao nível energético”, algo positivo sendo que se trata de uma reabilitação. O responsável salientou também que “95% dos resíduos de construção foram encaminhados para reciclagem (apenas 5% foram para aterro)” e 30% dos materiais usados têm conteúdo reciclado. Outros “30% dos materiais utilizados vêm de zonas próximas” do hotel, acrescentou.

[blockquote style=”1″]Recusamos seguir a linha clássica da hotelaria[/blockquote]

“Uma cerimónia que leva dois anos de atraso”. É assim que Yasmin Bhudarally, CEO do Grupo NEYA Hotels, começa por recordar a abertura em “soft-opening” do NEYA Porto Hotel: “Abrimos na primeira semana de março de 2020, sendo que na segunda já teve de encerrar portas, devido ao confinamento anunciado: foram 18 meses penosos de portas fechadas… e mais ainda para um hotel em arranque de operação”.

A reabertura fez-se, então, a 3 de agosto de 2021, uma data especial para a unidade que nasceu da recuperação de parte das ruínas do Convento Madre Deus de Monchique: “Esta data marca o dia em que as freiras do Convento de Madre de Deus de Monchique fecharam as suas portas em 1834”.

Yasmin Bhudarally

Foi com os olhos postos na “valorização do património, na recuperação dos valores culturais, históricos e ambientais das cidades” que nasce a primeira unidade do Grupo: “Há 11 anos, o NEYA Lisboa nasceu da recuperação de um edifício devoluto e com a sustentabilidade presente desde o início do modelo de negócio”.  Foi com a convicção de fazer “diferente” e, ao mesmo tempo, desempenhar um papel essencial numa sustentabilidade integrada – ambiental, social e económica – que o Grupo começou a dar os primeiros passos: “Recusamos seguir a linha clássica da hotelaria. Pensamos em afirmarmo-nos pela diferença, com um projeto hoteleiro de caráter inovador, ao nível da sustentabilidade ambiental, olhando mais além e com igual empenho para a vertentes social e económica”.

Para a CEO do Grupo NEYA Hotels, a hotelaria, tal como qualquer outra atividade, tem que se posicionar de forma “socialmente responsável”, sendo uma “mais valia para as  regiões onde se insere” e para as comunidades com que trabalha todos os dias: “Um hotel não pode ser visto com um corpo estranho à sociedade envolvente e apenas acessível a clientes: tem de ser uma montra de valores e  de princípios quee partilha com a comunidade, sendo esse reconhecimento de ofertas sustentáveis e que tenham redução ao mínimo da sua pegada ambiental a que traz mais valia aos destinos”, sustenta.

O certificado LEED Gold é, portanto, a “prova provada” do compromisso com a sustentabilidade, “uma certificação que implica opções e compromissos muito exigentes. Desde o início do projeto que têm de ser respeitados e monitorizados permanentemente ao longo da construção e até ao arranque da operação”, afirma a responsável, destacando que, “este momento serve também para dar conhecimento ao público dos nossos compromissos e orientações que queremos continuar a garantir em todos os nossos projetos futuros”.