Nova associação ambiental quer combater o flagelo do lixo marinho em Portugal

Nasceu a Cascaisea – Associação Ambiental, com o mote #takeaction, que quer fazer a diferença na preservação da vida dos nossos oceanos e, em particular, do mar de Cascais. Criada por Miguel Lacerda – mergulhador, velejador, ativista ambiental, coordenador do estudo “O Lixo marinho no litoral Oeste Sintra Cascais 2014-2019” e pioneiro nas ações de limpeza dos oceanos em Portugal – a Cascaisea quer mobilizar pessoas que estejam ávidas de participar na defesa e preservação dos oceanos e em ações de limpeza do litoral de Cascais.

“Não podemos ficar parados. As pessoas que gostam do mar têm o dever de o respeitar. A Cascaisea quer ser a catalisadora dessa participação para a mudança”, explica o empreendedor.

“O cenário é crítico, a poluição e a degradação ambiental dos oceanos são alarmantes. Os dados do lixo marinho presente no litoral Oeste Sintra Cascais, uma das zonas mais estratégicas da parte oriental do Atlântico Norte, são assustadores. O retorno já é praticamente inexequível, isto requer medidas drásticas e ações concretas de forma a minimizar o que está ao nosso alcance. A maior parte do lixo encontrado nos Oceanos vem de indústrias de pesca e transporte, oriundo de todas as partes do mundo. Uma esmagadora maioria dos detritos encontrada em Sintra/Cascais é feita de plástico e derivados, afetando toda a vida marinha”, prossegue Miguel Lacerda.

“Nas últimas décadas, a poluição marinha por plásticos e derivados tem vindo a crescer de uma forma exponencial sendo já extremamente comprometedora para a vida marinha. De acordo com a Comissão Europeia, os detritos de plástico já representam cerca de 60 a 80% do lixo marinho (visível). Há uma evidência crescente de que os organismos marinhos em todos os níveis da cadeia alimentar ingerem plásticos e micro plásticos que desta forma entram na cadeia alimentar. No estudo que a Cascaisea está a concluir sobre o lixo marinho no litoral Oeste Sintra Cascais, os dados são esmagadores: mais de 90 170 litros de plásticos e derivados foram recolhidos entre 2014-2019 e com tendência a crescer. Lisboa vai acolher em junho deste ano a conferência da ONU sobre os oceanos e esperamos que sejam tomadas medidas sérias para combater a poluição marinha por plásticos “, conclui o responsável.

A primeira ação pública oficial da Cascaisea será, obviamente, uma Ação de Limpeza de Plásticos e Derivados, que decorrerá no dia 25 de janeiro, entre as 10 h e as 12h na praia do Abano, em pleno Patque Natural Sintra-Cascais.

Esta ação é aberta a toda a comunidade. Poderão vir voluntários de todas as idades, munidos de sacos, roupa e calçado confortável e muita vontade de agir na defesa dos nossos oceanos. As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias em cascaisea@gmail.com (indicando nome e data de nascimento para efeitos de ativação de seguro).