Novo Campus da Nestlé Portugal vai permitir uma redução de 300 toneladas de CO2 por ano

“Colaborativo, ágil, flexível e sustentável” são as palavras que melhor definem o novo Campus da Nestlé. Desenvolvido sob o conceito “All Together” o espaço agora remodelado que alberga a sede da Nestlé Portugal, em Linda-a-Velha, foi pensado há quatro anos e foi desenvolvido para ser sustentável quer durante a sua construção, quer agora na sua utilização. A Ambiente Magazine esteve esta terça-feira, dia 9 de novembro, no novo Campus da Nestlé.

Na sessão de boas-vindas, Maria do Rosário Vilhena, diretora de Recurso Humanos da Nestlé Portugal, começa por explicar que o “All Together” serve, precisamente, o propósito de ter juntas, no mesmo espaço, pessoas de diferentes idades, nacionalidade e com diferentes percursos académicos e profissionais: “Mais do que remodelar, foi adaptar às novas formas de trabalho e à nova forma de estar da Nestlé”. Entre os mil colaboradores –  (50% mulheres, 50% homens) – de 43 nacionalidades diferentes há um propósito comum entre todos: “Trabalhamos todos com base nos mesmos valores e acreditamos mesmo que temos de criar valor e conquistar a confiança de todos os colaboradores, consumidores e stakeholders”. E tal só é possível “porque trabalhamos a partir do respeito: acreditamos na dignidade e na diversidade”, acrescenta. Maria do Rosário Vilhena não quis deixar de partilhar aqueles que são os dois pilares do novo espaço da Nestlé Portugal: a diversidade e a inclusão: “A diversidade é ser convidado para a festa e a inclusão é ser convidado para dançar. Este edifício é para que todos possam dançar e sentirem-se bem”. 

Também a “visão verde” integrada no desenvolvimento do novo Campus da Nestlé traduziu-se já na obtenção da certificação LEED e WELL, a primeira em Portugal: “Por um lado, a LEED representa aquilo que é uma boa eficiência energética e uma boa eficiência dos recursos hídricos; por outro lado, a WELL espelha aquilo que é o conforto dos espaços e bem-estar dos nossos colaboradores”, explica Alexis Pinheiro, gerente de projetos da Nestlé Portugal. A sustentabilidade ambiental é, assim, um dos pilares deste projeto: “O compromisso da Nestlé no mundo passa por reduzir em metade as suas emissões de CO2 até 2030, de forma atingir a neutralidade carbónica até 2050”, contextualiza o responsável, acreditando que a remodelação vai contribuir para tais metas e objetivos. Os espaços verdes fazem também parte desta remodelação com a colocação, no interior e no exterior do edifício, de várias plantas além de 12 mil metros quadrados de jardim: “Os colaboradores conseguem agora desfrutar ainda mais da natureza”. Já implementadas ou ainda em marcha, as diversas ações vão contribuir para poupanças substanciais do consumo e a redução da pegada ecológica do edifício: “Estamos a falar de uma redução de 300 toneladas de CO2 por ano”. Começando pela área dos recursos hídricos, o responsável destaca a instalação de equipamentos que vão permitir uma “poupança de 15% do consumo de água”. Também na energia elétrica, a “instalação de sistemas de gestão técnica centralizados”, bem como a “iluminação LED”, vai permitir uma “poupança de 20% do consumo”. A acrescentar a isto, está a “instalação de painéis fotovoltaicos que têm capacidade de satisfazer 15% do consumo total de energia” do edifício. Em matérias de mobilidade verde, muito em breve, o edifício vai assegurar 48 tomadas para carros elétricos, que servirão ao plano de “substituição da frota da Nestlé Portugal por uma 100% elétrica ou híbrida plugin até 2025”. Ainda dentro deste plano , o grupo Nestlé Portugal está a apoiar iniciativa de mobilidade sustentável coletiva, recorrendo, por exemplo, ao shuttle.

Já no que diz respeito à “agilidade” e à “flexibilidade”, o novo Campus da Nestlé Portugal conta agora com espaços de maior amplitude nas zonas colaborativas, permitindo uma melhor circulação e um maior distanciamento entre postos de trabalho. O edifício trabalha por ligação WiFi, permitindo uma ligação contínua  independentemente do local onde o colaborador se encontre. Nas novas salas de reunião a experiência de trabalho ficou também mais digital com as projeções de ecrã a poder ser feitas também por WiFi e a reserva dessas salas é agora feita a partir de um gestor digital que se encontra à entrada de cada uma delas. Para partilha de informação entre todos os colaboradores, o novo edifício está ainda equipado com um circuito de TV corporativa, com monitores em todas as áreas comuns e uma ledwall na receção do novo Campus. Existem ainda espaços para trabalhar de forma isolada e concentrada, com seis silent, 21 cocoons e phone booth e várias áreas e zonas de convívio, cada uma delas equipadas com coffee points, onde estão presentes todas as marcas de café que a Nestlé desenvolve em Portugal: Nespresso, Nescafé, Nescafé Dolce Gusto, Buoundi, Sical, Tofa e Christina. O remodelado edifício mantém ainda o seu conceito pet-friendly, onde os colaboradores podem trazer todos os seus amigos de quatro patas. 

No novo Campus da Nestlé é ainda possível trabalhar ou reunir no jardim, onde foram construídas áreas de escritório ao ar livre, ter aulas de ioga ou desenvolver uma horta biológica, já implementada no espaço exterior. Por forma a potenciar um maior equilíbrio “trabalho-família”, o grupo Nestlé Portugal criou também uma “kid´s área”, onde, sempre que necessário, os colaboradores podem deixar os seus filhos no espaço.  

“Quisermos valorizar a nossa sede histórica em Linda-a-Velha e construir um novo conceito de casa da Nestlé”, disse Paolo Fagnoni, diretor-geral da Nestlé Portugal, acreditando que “a forma como trabalhamos e os espaços onde o fazemos influenciam diretamente o desenvolvimento e o fortalecimento da comunidade empresarial, bem como o bem-estar de cada um de nós”. E, assim, “a criação de um novo Campus, pensado e desenhado pelas nossas próprias pessoas, de acordo  com a organização antecipativa que criámos, está centrado nas pessoas, proporcionando condições ideias para sua forma de trabalhar e de se conectar, permitindo um melhor equilíbrio do bem-estar físico, emocional e laboral”, sucinta.

A inauguração do novo espaço ficou ainda marcada pela apresentação do biorreator, um projeto que teve a sua origem no programa interno “InGenius”, que visa acelerar a inovação através de ideias dadas pelos colaboradores do mundo inteiro. Em 2020, o programa centrou-se nas alterações climáticas e qualquer ideia relacionada com o tema poderia candidatar-se para receber um financiamento. Foi assim que Hugo Silva, gerente de marca da Nestlé Portugal, aproveitou os benefícios e o potencial das algas dos oceanos, responsáveis por absorver mais de 50% de CO2 em todo o mundo, para implementar o projeto na empresa: “Estamos constantemente a injetar ar recolhido no edifício pela parte interior de cada um destes biorreatores e, através do poder de fotossíntese das algas, está a ser transformado em oxigénio. E como qualquer outra planta, as algas vão crescendo e vai-se produzindo biomassa”. O resultado final é que, através deste projeto, há uma “capacidade de absorção de dióxido de carbono equivalente a quatro árvores de grande porte”, destaca.