A Ambiente Magazine entrevistou Marta Peneda, Presidente do Conselho de Administração da Maiambiente, que nos fala do compromisso do município com a sustentabilidade.
Como avalia o compromisso da Maia em relação às metas de desenvolvimento sustentável estabelecidas a nível nacional e europeu?
O compromisso do Município da Maia com a sustentabilidade integral do concelho tem sido firme e constante ao longo das últimas décadas, o que explica, não só, cumprimento das metas anunciadas, como, nalguns domínios, excelentes condições para as antecipar e até ultrapassar.

Existe algum plano estratégico específico para reduzir a pegada ecológica do município nos próximos anos?
Obviamente que sim. O Município da Maia considera as alterações climáticas como um dos mais importantes desafios do século XXI, estando essa preocupação plasmada em vários documentos, como o Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas (agora PAC), o Plano para a Mobilidade Sustentável, o Plano de Ação para a Energia Sustentável (PAES) e o nosso Roteiro para a Neutralidade Carbónica Maia 2030, que antecipa as metas para a descarbonização do território para 2030, e não 2050 como prevê a Lei de Bases do Clima.
A Maia tem sido referência na reciclagem e gestão de resíduos. Que medidas inovadoras estão a ser implementadas?
A Maia foi pioneira na implementação do modelo de recolha seletiva porta-a-porta, que tem demonstrado ser a opção mais eficiente para o cumprimento das metas do PERSU 2030. Prova disso é que o município atingiu, em janeiro, 100 kg (por habitante e por ano) de resíduos de embalagens/plástico, papel/cartão, vidro e metais recolhidos seletivamente. Fomos, também, a primeira cidade do país a calcular a Tarifa do Serviço de Gestão de Resíduos Urbanos (TSGRU) em função do volume de lixo recolhido, deixando tal tarifa de estar indexada ao consumo de água, o vulgo PAYT que, no nosso caso, batizamos de “Recicle Mais. Pague Menos”. Alcançamos, em março, uma cobertura de 60% do território, o que significa que os munícipes já estão a pagar apenas pelos resíduos que não reciclam. Todo este trabalho só é possível porque a Maiambiente tem mantido, na sua estratégia, uma forte aposta na inovação.
Que ações estão a ser desenvolvidas para garantir a eficiência no consumo de água?
No que respeita aos cidadãos, além da ampliação do sistema de teleleitura e telemetria, estão em curso várias Campanhas de Sensibilização para a Gestão Sustentável da Água, com destaque para o Laboratório Participativo.
Ao nível do controlo de perdas de água no abastecimento, levámos a efeito o projeto de eficiência hídrica da rede de abastecimento que visou a implementação de medidas para reduzir as perdas de água de 34% para 16% entre 2019-2024 e com um plano para atingir os 14% de perdas em 2028.
Ao nível da redução de desperdícios nos espaços públicos, além de privilegiarmos a plantação de espécies de baixa manutenção e consumos, implementamos a utilização de tecnologias de rega mais eficientes.
A Maia tem investido na criação e manutenção de espaços verdes. Há projetos futuros para estas áreas?
Sim. O Município detém 2.174.765,26m2 de espaços verdes tratados, o que representa mais de 16 m2 de área verde por habitante. Não obstante, estão previstos, a curto e médio prazo, vários novos projetos, tais como um grande corredor verde ecológico com 8km de extensão, um novo parque urbano na Quinta do Mosteiro e outro na zona do Xisto, novos jardins de proximidade com quase 20.000m2, tunelização da EN14 dotando a superfície de um jardim público, e alargamento do Parque Fluvial de Alvura e do Parque Urbano dos Maninhos.