Objetos sem utilidade dão vida a exposição que retrata o ecossistema marinho

O Oeiras Parque tem sido palco da exposição “Mar Vivo“: uma mostra que reflete a beleza e a fragilidade dos nossos mares. Desenvolvida em parceria com a Marinha Portuguesa, através do Aquário Vasco da Gama, e com a Câmara Municipal de Oeiras, a exposição tem como objetivo sensibilizar para a importância da preservação do ecossistema marinho.

Patente até ao dia 11 de junho, a exposição integra “oito peças criativas inspiradas em espécies marinhas vulneráveis e desenvolvidas com recurso a resíduos recicláveis, por alunos do 4.º ano do concelho de Oeiras”, explica Miguel Fontão de Carvalho, diretor-geral do Oeiras Parque, acrescentando, que (as peças) “foram, cuidadosamente, selecionadas pelo Aquário Vasco da Gama, e produzidas pelos pequenos artistas”. Em destaque estão espécies em perigo de extinção, como a “Foca-monge, Tubarão-anequim e Raia-curva”, as vulneráveis, como a “Tartaruga-comum e Mero”, as quase ameaçado, como o “Espadarte” e as pouco preocupantes, como a “Cachalote-pigmeu e o Polvo-comum”.

Com o apoio dos professores e da família, as crianças recolheram embalagens de diversos produtos, como “materiais feitos de plástico, tampas, revistas e jornais, caixas de ovos, cápsulas de café, entre outros tantos objetos que não voltariam a ter qualquer utilidade”, refere o responsável, destacando que os materiais usados na montagem desta iniciativa, como os “totens informativos e estruturas limitativas da exposição, foram reutilizados de ações anteriores que o Oeiras Parque desenvolveu”, nomeadamente da “Feira da Saúde, que decorreu em abril”.

“Temos, enquanto sociedade, de reduzir o nosso consumo de bens descartáveis com especial atenção para o plástico”

Com a exposição “Mar Vivo” a mensagem que se pretende transmitir é simples: “Preservar o ecossistema marinho é preservar o nosso futuro”. Num altura em que já são reconhecidos os impactos nefastos de atividades como a “pesca intensiva” ou a “produção de resíduos” na fauna e flora presente nos mares do nosso planeta, Miguel Fontão defende a necessidade de sensibilizar para a alteração de comportamentos e aumentar o conhecimento da população sobre o que se poderá perder no caso de não se fazer as mudanças necessárias: “Se não conhecermos a realidade, não teremos a capacidade de a proteger”.

Recorrer à arte para sensibilizar é, no entender do responsável,  uma “ferramenta poderosa para educar e sensibilizar sobre questões importantes”, possibilitando “transmitir mensagens de uma forma lúdica e emotiva”, tendo o poder de chegar às pessoas de uma maneira que outros meios muitas vezes não conseguem. No que toca os alunos envolvidos no processo de criação das peças, entendemos que existiu uma experiência educacional valiosa: “Através desta participação, os alunos tiveram a oportunidade de aprender sobre a importância da biodiversidade marinha, assim como da reciclagem e da sustentabilidade. Este conhecimento é fundamental para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis, preparando-os para serem agentes de mudança no futuro”, considera. Além disso, “é uma oportunidade única para que as famílias se possam divertir e aprender juntas sobre o ecossistema marinho e a importância da preservação do meio ambiente”, precisa.

Questionado sobre exemplos de comportamentos que devem ser adotados para garantir um ecossistema marinho mais preservado, Miguel Fontão defende a “redução” como o mais importante: “Temos, enquanto sociedade, de reduzir o nosso consumo de bens descartáveis com especial atenção para o plástico. Temos de rejeitar os produtos com embalagens excessivas e dar prioridade aos bens mais duradouros ou feitos de material mais sustentável”. Tão importante é “demonstrar a nossa vontade na adoção de legislação que protege o meio ambiente, a prática de reciclagem e a promoção de iniciativas de limpeza de praias e zonas circundantes”, exemplifica.

“… Esperamos não apenas informar, mas também inspirar os jovens (e não só), para ações concretas em direção a comportamentos mais sustentáveis”

Para além da exposição, os visitantes podem ainda experimentar um espaço interativo, no piso 1, onde é possível interagir virtualmente com um oceano, e “mergulhar” nas profundezas do mar: “Através de um ecrã interativo, os visitantes podem tornar a experiência mais dinâmica, vendo os seus desenhos exibidos neste aquário virtual, junto a diversas espécies marinhas da Costa Portuguesa”, refere o responsável, acrescentando ainda a possibilidade de “visualizar uma rede de pesca, apanhada em alto mar pela Marinha Portuguesa, que frequentemente encontra e retira do mar estas ameaças para as espécies”.

Com esta ação, “pretendemos envolver a comunidade local por forma a aumentar o conhecimento e consciência sobre a realidade ambiental”, para que possam contribuir para um futuro mais sustentável: “Envolvemos aproximadamente 260 crianças, distribuídas por 11 turmas, na criação das oito obras expostas e através desta iniciativa, esperamos não apenas informar, mas também inspirar os jovens (e não só), para ações concretas em direção a comportamentos mais sustentáveis”. O objetivo final é que “as famílias se divirtam e aprendam juntas sobre o ecossistema marinho e a importância da preservação do meio ambiente”, remata.

A exposição “Mar Vivo” estará no Oeiras Parque até 11 de junho, todos os dias das 10h00 às 23h00. Já os horários do espaço interativo são de segunda a sexta das 16h00 às 20h00 e, aos fins de semana, das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 20h00.