Óleo alimentar usado mais caro que virgem

A compra de óleos alimentares usados destinados à produção de biocombustíveis em Portugal disparou no primeiro semestre deste ano, ultrapassando as 39,54 mil toneladas, muito mais que a quantidade adquirida em todo o ano anterior.

A Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) revelou este dados ao Expresso e explica que este aumento das aquisições fez disparar o valor dos óleos usados para “níveis superiores aos praticados para os óleos virgem”.

Para além disso,a produção de biocombustíveis através de óleos usados é incentivada pelo sistema de “dupla contagem”, que consiste na atribuição de dois Títulos de Biocombustíveis por cada tonelada de óleo usado – enquanto uma tonelada de óleo virgem apenas dá aceso a um título.

Neste sistema, quando um produtor de biocombustíveis compra uma tonelada de óleo usado, a ENMC atribui-lhe dois títulos para o FAME. Se o mesmo produtor incorporar o FAME no gasóleo, entrega os dois títulos à ENMC, mas se vender o FAME a um incorporador (geralmente a incorporação da FAME no gasóleo é feita por uma companhia petrolífera) fica com os títulos que pode vender no mercado, depois de ter registado esses títulos na bolsa de vendedores.

Estes títulos são vendidos em leilões realizados pela Direção – Geral de Energia, um sistema que na perspetiva dos produtores, permite reduzir os custos do FAME produzido através de óleos usados.
Segundo a ENMC, das 39,54 mil toneladas de óleos usados compradas em Portugal, durante o primeiro semestre de 2016, a sua maioria esmagadora, 33,66 mil toneladas, foi importada.