#Opinião: “O Futuro está na Ordem. E no Ambiente”

Aproximam-se as eleições para os órgãos nacionais e regionais da Ordem dos Engenheiros (OE) (mandato 2022-2025), com a votação a decorrer entre os dias 2 e 12 de fevereiro.

Prevê-se um dinamismo eleitoral que não se via há alguns anos, com a presença de múltiplas listas candidatas, incluindo três candidaturas ao Conselho Diretivo da Região Sul.

Integro uma delas, a Lista RC, na qualidade de coordenador do Conselho Regional de Colégio de Engenharia do Ambiente da Região Sul. Esta lista é encabeçada pelo Eng. João Calado – candidato a presidente do Conselho Diretivo da Região Sul. Podem consultar o site da candidatura em: ofuturoestanaordem.com

Criada há mais de 85 anos, a OE constitui nos dias de hoje uma associação fechada sobre si própria, correndo o risco de perder relevância social. Indicador disso é a percentagem reduzida de votantes registada no último ato eleitoral. A Lista RC é a candidatura que pretende dar voz aos 90% que não costumam votar. A OE, independentemente de quem vence, tem que conseguir atrair e incentivar à participação de todos os membros.

A candidatura da Lista RC, pretende atingir esse objetivo, estado empenhada em incentivar à participação no próximo ato eleitoral, informando sobre os possíveis métodos de voto e afirmando-se como uma alternativa para a revitalização da OE. Daí o lema O FUTURO ESTÁ NA ORDEM.

Neste contexto, a Lista RC propõe a dinamização da OE visando a sua presença no ciclo de vida do (a) Engenheiro (a), consubstanciada nas seguintes linhas de ação e tendo como pressuposto que os (as) engenheiros (as) merecem mais:

  • Captação de jovens para a Engenharia
  • Captação de jovens para a OE
  • Desenvolvimento de competências dos engenheiros (as)
  • Comunicação, organização e valorização dos Atos de Engenharia
  • Engenheiros (as) sem atividade profissional

O Colégio de Engenharia do Ambiente reflete bem as preocupações identificadas pela nossa candidatura e que beneficiará da execução das linhas de ação acima referidas.

A profissão de Engenharia do Ambiente foi a 12ª especialidade a ser criada. Conta atualmente no colégio com cerca de 2500 membros inscritos, sendo o sexto em número de inscritos. Na Região Sul, o potencial de eleitores é de cerca de 1000. Tendo em conta a importância da Engenharia do Ambiente enquanto especialidade de abordagem sistémica, abrangendo vários domínios específicos, este constitui um número reduzido de profissionais que integram a nossa OE. Temos que nos debater pelo aumento dos chamados incentivos profissionais (e.g. para desempenho de cargos de engenharia em organizações do Estado e/ou assessorias técnicas de gabinetes públicos, deve constar a obrigatoriedade de estar inscrito na OE), regulando a profissão e assim fortalecer o nosso colégio e a nossa OE.

O presente e o futuro colocam enormes desafios para o bem-estar das nossas sociedades, para os quais é necessária a integração das várias Engenharias, com destaque cada vez maior e futuro para a Engenharia do Ambiente, por forma a encontrar as melhores soluções (sustentáveis). Das dez maiores ameaças globais que a humanidade enfrenta, identificadas pelo World Economic Forum, metade são de natureza ambiental, com a crise climática no topo.

Fonte: World Economic Forum Global Risks Perception Survey 2021-2022, Global Risks Report 2022

A nível nacional, de acordo com o mais recente Relatório de Estado do Ambiente (2020-21), os domínios Energia e Clima; Resíduos; e Riscos ambientais, afiguram-se os maiores desafios, dada a má evolução dos indicadores associados ao longo dos anos. Portugal continua muito dependente de energia externa (acima de 65%), continua a ter uma fraca reciclagem de resíduos urbanos e consequente deposição em aterro (depositam-se ainda mais de 50% de resíduos urbanos em aterro, não obstante os enormes investimentos feitos nos últimos anos neste setor) e tem mais de metade do território nacional em seca, sendo um país muito suscetível aos efeitos das alterações climáticas.

Neste contexto, temos que procurar afirmar os (as) profissionais de Engenharia do Ambiente como líderes na resposta a estes desafios, colocando-os (as) nos centros de policy making, de modo a obrigar sempre à integração da análise ambiental na tomada de decisão. Para tal, necessitamos de ter, com base na OE a partir da dinamização do OE+AcCEdE – Sistema de Acreditação da Formação Contínua para Engenheiros, um programa continuo e aberto de desenvolvimento de formação executiva (gestão, liderança, economia e marketing); tecnológica face aos vários domínios de conhecimento emergentes (destacando-se os campos da nanotecnologia, biotecnologia, energias renováveis); e mentoring interno aproveitando os excelentes especialistas que temos na OE.

Esta é a visão da minha equipa na coordenação do Conselho Regional do Colégio de Engenharia do Ambiente da Região Sul e para a qual iremos nortear toda a nossa ação durante o mandato a que nos propomos.

Por uma Engenharia do Ambiente preparada para liderar a transição para uma sociedade:
+equitativa
+sustentável
+ resiliente

A partir do dia 2 de fevereiro pode votar eletronicamente!

[blockquote style=”3″]No âmbito das eleições à Ordem dos Engenheiros, a Ambiente Magazine vai partilhar três artigos de opinião dos candidatos das listas RC, RI e RF. Hoje, partilhamos o testemunho de Artur Sousa Ribeiro, candidato pela lista RC a Coordenador de Engenharia do Ambiente da Ordem dos Engenheiros da Região Sul. O próximo artigo será publicado no dia 31 de janeiro (segunda-feira).[/blockquote]