#Opinião: Um verdadeiro (im)Pacto para o clima

Antiga, mui nobre leal e Invicta… E convicta.

A cidade do Porto e, por inerência, os portuenses são aguerridos, empreendedores, não baixam os braços, abraçam causas, mobilizam-se, entregam-se de corpo e alma, aliam compromisso a dedicação em prol de elevados valores.

Por que motivo usar esta introdução num artigo publicado num órgão de comunicação especializado em ambiente? Precisamente porque as duas questões são indissociáveis.

No campo da sustentabilidade, a cidade assume exatamente a mesma postura, a de encarar obstáculos como desafios, de estabelecer metas ambiciosas e, acima de tudo, de não resistir à facilidade e jamais ‘baixar os braços’.

O Porto e os portuenses são, cada vez mais, conscientes do ponto de vista ambiental e com este conhecimento vem, naturalmente, uma maior responsabilização. E, se hoje é incontornável e incontestável a questão das alterações climáticas, é também vital para a cidade e para a sua sustentabilidade, mobilizar esforços para a mitigação deste fenómeno.

Foi com estas preocupações em mente que, em janeiro, o Município lançou o Pacto do Porto para o Clima que convoca todos para um desígnio comum e premente: atingir a neutralidade carbónica até ao final da década.

Mais do que um anúncio de intenções, ou um nome pomposo, pretendemos que esta iniciativa seja motivadora, agregadora, dinamizadora de uma verdadeira comunidade que reconhece que é imperativa uma mudança em prol de uma redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE).

Empresas, instituições, academia, associações, cidadãos e sociedade civil, todos têm uma palavra a dizer e este é o momento de poder avançar e fazer a diferença, ao apostar na sustentabilidade como a sua marca.

Em pouco mais de dois meses de vida deste projeto a adesão não para de nos surpreender. Contamos já com mais de uma centena de subscritores, prestigiadas instituições da cidade e da região, reconhecidas pela sua excelência nos mais diversos quadrantes: social, económico, empresarial, académico e até desportivo.

Esta resposta mostra-nos que as preocupações destes gestores, diretores, executivos com as questões da sustentabilidade vão muito além de medidas avulsas. Esta temática é, cada vez mais, estratégica, e incorporada nas suas práticas diárias, com as suas preocupações ambientais plasmadas e consubstanciadas em medidas concretas. Falamos de aspetos como a incorporação de soluções arquitetónicas, energéticas e de gestão de resíduos eficientes, digitalização em detrimento da produção de materiais, redução de deslocações, escolha consciente de frota de veículos, projeção de espaços verdes, promoção do uso do transporte público, combate ao desperdício alimentar, entre tantas outras.

Numa altura em que um novo Executivo toma posse e um novo ciclo começa a sua caminhada, esperamos que este compromisso que nasceu no Porto possa dar um sinal positivo, de como autarquias e instituições conseguem fazer a diferença e de que vale a pena colocar a sustentabilidade na agenda política. Não como mera parangona, mas como um verdadeiro objetivo estratégico, um desígnio nacional, transversal a todos os setores de atividade em que, com a devida apropriação da gíria futebolística, podemos dizer: todos estão convocados!

[blockquote style=”3″]A Empresa Municipal de Ambiente do Porto junta-se, todos os meses, à Ambiente Magazine para partilhar, em formato de opinião, os vários temas atuais que marcam uma área que, todos os dias, se tem revelado primordial para o bem-estar do planeta: o meio-ambiente [/blockquote]