PAN opõe-se à medalha de mérito atribuída ao Grupo de Forcados Amadores de Santarém

Após o anúncio pela Presidência da República da distinção do Grupo de Forcados Amadores de Santarém com uma medalha de mérito no próximo dia 23 de julho, o partido PAN – Pessoas-Animais-Natureza manifestou publicamente o seu desagrado em relação a qualquer manifestação de apoio aos eventos tauromáquicos.

Em causa está, também, “a protecção de crianças e jovens” que, poderão encontrar nesta acção, “modelos e exemplos que perpectuam a ideia de que a violência para com os animais é natural e justificada”. O PAN recorda que, apesar de a Organização das Nações Unidas (ONU), em conjunto com outras entidades, se ter pronunciado de forma expressa contra a participação e assistência de crianças em eventos tauromáquicos, a legislação portuguesa continua a permiti-la. “O governo português ainda não acolheu e nem tomou consequente a recomendação da ONU, não obstante ter assinado a Convenção sobre os Direitos da Criança”, lia-se em comunicado do partido.

“A atribuição desta medalha de mérito vem mostrar uma vez mais que as touradas continuam a ser legitimadas pelo próprio Estado não só com honores mas também com financiamentos públicos”, disse André Silva, porta-voz do PAN e candidato por Lisboa às Eleições Legislativas deste ano. O PAN considera que “não é aceitável” o financiamento público da tauromaquia, “muito menos quando não existe um real investimento na protecção dos animais e da natureza e depois de cortes drásticos em sectores fundamentais como a saúde, a educação e a acção social do estado”. “O efetivo dos financiamentos públicos às touradas e a proibição da sua transmissão na RTP e nos restantes canais de televisão é essencial para mostrar que o Estado se demite do apoio à violência para com estes animais”, acrescentou André Silva.

O partido mostra-se, assim, indignado com este agraciamento, alertando, ainda, para o “mau exemplo” que estas distinções trazem para a sociedade portuguesa, principalmente para as crianças e jovens ainda em processo de formação de consciências e que participam também nestes “actos de barbárie”. “O PAN incita o Estado Português a adoptar as medidas legislativas e administrativas necessárias à protecção de todas as crianças que participam em treinos e actuações de tauromaquia na qualidade de espectadores, assim como medidas de sensibilização sobre a violência física e psicológica associada à tauromaquia”, concluiu André Silva.