Pequenos agricultores defendem uma PAC “mais justa e solidária”

Centenas de agricultores manifestam-se, esta tarde, em Lisboa, em defesa de uma Política Agrícola Comum (PAC) “mais justa e solidária” para com a pequena agricultura familiar. Pedem que mercado e ajudas sejam regulados para evitar mais encerramentos, avança o Jornal de Notícias (JN).

De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que convocou agricultores de todo o país para manifestarem o seu desagrado junto ao Centro Cultural de Belém, onde decorrerá uma reunião dos ministros da Agricultura da União Europeia, desde a entrada de Portugal na União Europeia foram eliminadas “perto de 400 mil explorações agrícolas, sobretudo de pequena e média dimensão” e o “rendimento dos agricultores degrada-se”. Citado pelo JN, Pedro Santos, da Direção da CNA, diz que as “regras e políticas implementadas estão direcionadas para uma agricultura competitiva, mais industrializada” e não apoiam as pequenas explorações familiares, apesar de representarem “mais de 90% das explorações em Portugal”.

Entre as maiores queixas, segundo o JN, estão “os elevados custos da produção e preços baixos de venda”, que fazem com que os agricultores pequenos não consigam rendimentos. Quanto às ajudas “que seriam para compensar a perda de rendimento, são muito mal distribuídas”, acrescenta o dirigente, adiantando que “7% dos agricultores recebem cerca de 70% das ajudas da PAC”, o que é uma “injustiça”.

Ao JN, a CNA assegura que quer que a PAC “contemple instrumentos de regulação pública do mercado e da produção, de forma a permitir estabilidade e preços justos para os agricultores” e que “assegure uma distribuição justa das ajudas”.