PERSU2030: “Acho que há boa vontade a mais”

“O PERSU2030 é para cumprir e não há margem para falhar”. A declaração pertence a Emídio Pinheiro, CEO da EGF – Environment Global Facilities, que reitera na necessidade de haver consequência nos planos: “O PERSU2030 é um plano hiperexigente e, por isso, temos que acabar a discussão e nos fazer ao caminho”.

O responsável que falava no debate “PNGR2030 e PERSU2030: Como Operacionalizar?” promovida esta terça-feira, 11 de julho, pela Associação Smart Waste Portugal, em parceria coma Vieira de Almeida, Sociedade de Advogados, apelou à necessidade de “coerência” entre o setor: “Há inúmeras entidades com quem temos que nos relacionar e as decisões têm que aparecer para que depois tudo tenha uma coerência e possa ser implementado”.

Assunção Cristas, Aires Pereira, Ana Isabel Trigo Morais, Carla Velez, Emídio Pinheiro e Teresa Goulão

Numa altura em que os Municípios estão a preparar os planos de ação, os PAPERSU, Emídio Pinheiro foca-se também na importância de existir uma relação entre as entidades gestoras e os municípios, por forma a encontrar-se um caminho: “Temos de alinhar as estratégias com os Municípios, mas também com as entidades gestoras, com a Secretária de Estado do Ambiente e com ERSAR para que, em conjunto, possamos colocar tudo isto a andar”.

O UNILEX, outro dos diplomas que é aguardado pelo setor, serviu também para Emídio Pinheiro questionar sobre as interpretações do SDR (Sistema de Depósito e Reembolso) no desenho dos PAPERSU: “É mais uma peça nesta nossa construção”. No âmbito do UNILEX, estão também em vigor as “novas especificações técnicas para os materiais”. Contudo, faltam as “revisões dos valores de contrapartidas”, atenta o responsável, lembrando que as alterações aos níveis das especificações técnicas significam ainda mais custos: “Tem que haver um esforço muito grande entre todas as instituições que estão à volta da construção destes objetivos inultrapassáveis”.

Em suma, “há boa vontade a mais e, para além do desenho do plano, devemos ter um plano de contingência, discutir e ter a certeza que vamos alcançar as metas”, remata o responsável.

O debate contou ainda com Teresa Goulão, da AEPSA – Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente, Ana Isabel Trigo Morais, da Sociedade Ponto Verde, Carla Velez da ESGRA – Associação para a Gestão de Resíduos, e Aires Pereira, da Associação Smart Waste Portugal. A moderação ficou ao cargo de Assunção Cristas, responsável pela área do Ambiente da Vieira de Almeida.

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